MADRI, 8 de fev de 2009 às 18:42
Carlos Payá, representante na Espanha do Movimento Cristão de Liberação (MCL), criticou à esquerda espanhola por apoiar a ditadura castrista em Cuba, apesar de que sabem que na ilha se violam os direitos humanos.
Em declarações ao Cope.es, o líder dissidente assinalou que a esquerda espanhola “sabe que aquilo (o regime cubano) é uma ditadura”, e afirmou se já de por si é miserável ter uma ditadura, é duplamente miserável aproveitar-se da liberdade de expressão para evitar que outros não a tenham. “A essa gente eu diria, você de verdade conhece o que passa lá?”, perguntou.
Nesse sentido, criticou ao Ministro dos Assuntos Exteriores e de Cooperação, Miguel Angel Moratinos, por não manifestar-se ante as declarações do Ministro dos exteriores de Cuba, que chamou mercenários e terroristas aos presos políticos diante da autoridade espanhola.
Por outro lado, depois de reafirmar que o objetivo da dissidência é obter a transição pacífica na ilha, como por exemplo através do Projeto Varela, assinalou que ninguém acredita no Partido Comunista de Cuba e que o que quer é o diálogo entre cubanos de dentro e fora da ilha.
“Cuba agora não é dos cubanos”, assinalou Payá, e indicou que o país nestes momentos pertence “a uma nomenclatura dirigente que é quem decide” o que é o que se faz no país, inclusive na vida privada das pessoas.
Durante a entrevista, o líder dissidente também se dirigiu aos empresários que vêem em Cuba um lugar para fazer negócios. Chamou-os a praticar uma “responsabilidade ética” porque para um empresário inescrupuloso seria “muito rentável” fazer dinheiro em um país onde os trabalhadores não têm direito a greve porque estão controlados.
“Em prol de obter benefícios (este tipo de empresários) movem-se em uma cumplicidade detestável com o regime ao que estão beneficiando“, assinalou.
Payá também foi duro com a figura de Ernesto Ché Guevara, de quem disse se criou um mito, quando se trata de “um autêntico miserável que começou fuzilando”. Por isso, lamentou que não se fisgue na outra parte” de sua vida para ser coerentes, pois “seu sangue era derramar sangue”.
A entrevista completa pode ver-se fazendo click AQUI