A Secretaria de Estado Vaticano deu a conhecer hoje uma importante nota em que precisa alguns aspectos que os lefebvristas devem acatar após do levantamento da excomunhão aos 4 bispos ordenados pelo Marcel Lefebvre em 1988, entre eles seu "pleno reconhecimento do Concílio Vaticano II" e do Magistério de todos os Papas posteriores a Pio XII.

Na nota, publicada por L'Osservatore Romano, se precisa que depois do ato benigno do Papa Bento XVI que permitiu o levantamento da excomunhão "espera-se que se expresse uma igual disponibilidade por parte dos quatro bispos em total adesão à doutrina e a disciplina da Igreja".

"O levantamento da excomunhão liberou aos quatro bispos de uma pena canônica muito grave, mas não trocou a situação jurídica da Fraternidade São Pio X, que no momento atual, não goza de nenhum reconhecimento canônico na Igreja Católica. Além disso os quatro bispos, embora já não estão excomungados, não têm uma função canônica na Igreja e não exercitam lícitamente um ministério nela", continua a nota.

Para um futuro reconhecimento da Fraternidade São Pio X, explica o texto da Secretaria de Estado, "é condição indispensável o pleno reconhecimento do Concílio Vaticano II e do Magistério dos Papas João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e do próprio Bento XVI".

"Como já se afirmou no Decreto de 21 de janeiro de 2009, a Santa Sé não deixará, nos modos que se considerem oportunos, de aprofundar com os interessados nos assuntos ainda abertos, para poder chegar a uma plena e satisfatória solução dos problemas que deram origem a esta dolorosa fratura", acrescenta.

O texto se refere logo às declarações negacionistas do holocausto de um dos quatro bispos a quem foi levantada a excomunhão, Dom Richard Williamson. Estas, precisa a nota, "são absolutamente inaceitáveis e firmemente refutadas pelo Santo Padre, como ele mesmo remarcou em 28 de janeiro último" na Audiência Geral desse dia.

"O bispo Williamson, para uma admissão às funções episcopais na Igreja deverá também tomar distância publicamente e de modo totalmente inequívoco sobre suas posições quanto a Shoah, não conhecidas pelo Santo Padre ao momento do levantamento da excomunhão".

Finalmente, a nota assinala que "o Santo Padre pede o acompanhamento da oração a todos os fiéis, para que o Senhor ilumine o caminho da Igreja. Que cresça o esforço dos pastores e de todos os fiéis no sustento da delicada e grave missão do Sucessor dos Apóstolos Pedro que é 'custódio da unidade' na Igreja".