O Arcebispo de Valência, Cardeal Agustín García-Gasco, lembrou que “pôr em obra a Doutrina Social como linguagem do amor é a contribuição específica do fiel leigo católico” e que a Igreja o anima a projetá-lo na vida do país.

“O amor é como um músculo moral. Quanto mais se exercita, mais facilidade se adquire para seguir amando”, afirmou o Arcebispo em sua carta semanal “A caridade na vida social”, em que lembrou que “a Igreja anima a que a presença do fiel laico na vida social se caracterize pelo serviço, sinal e expressão da caridade, do amor entre as pessoas, chamado a manifestar-se na vida familiar, cultural, trabalhista, econômica ou política”.

O Cardeal afirmou que ao exercer o amor na vida social, o católico expressa a verdade de sua fé e “a verdade da Doutrina Social da Igreja, que encontra sua plena realização quando se vive concretamente para solucionar os problemas sociais”.

No texto, o Cardeal explicou que uma das finalidades do Concílio Vaticano II é “ajudar a todos os homens de nossos dias” a ter a mais clara percepção de sua vocação ao amor.

Esta vocação, indicou, “tem que expressar-se em três direções”. “Em primeiro lugar –explicou–, deve levar a ajustar melhor o mundo a superior dignidade do ser humano”, onde se respeite seu direito à vida pois “todo ser humano é valioso desde sua concepção até sua morte natural” e portanto ninguém “pode ser legitimamente suprimido para o benefício de terceiros”.

Em segundo lugar, assinalou, “o reconhecimento da vocação do ser humano deve tender a uma fraternidade universal mais profundamente arraigada”, onde não exista “indiferença ou hostilidade” para os problemas de outras pessoas por questões de raça, sexo, nacionalidade ou religião. “Se se quiser que se reconheça a própria dignidade e os próprios direitos, o primeiro passo é estar disposto a reconhecer os direitos do outro”, assinalou.

Em terceiro lugar, explicou, o Concílio Vaticano II assinala que “o reconhecimento da própria vocação leva aos homens”, impulsionados pelo amor, a responder “às urgentes exigências de nossa época”.

Finalmente, depois de chamar os leigos a exercitar sua liberdade religiosa na sociedade, o Arcebispo assinalou que “o mundo atual oferece a nosso passo múltiplos oportunidades para que os leigos católicos possam investir sua originalidade, seu tempo, seus conhecimentos ou sua experiência em exercer o ‘músculo moral do amor’”.