Milhares de fiéis se reuniram este meio-dia -hora local- na Praça de São Pedro para rezar o Ângelus com o Papa Bento XVI, quem em suas palavras iniciais fez um chamado a testemunhar o amor que ajuda a encarar a dor e a agonia de modo humano encontrando o sentido do sofrimento na Cruz de Cristo.

“Jesus nunca deixa de ensinar a seus discípulos que para ingressar na glória deve Ele padecer muito, ser rechaçado, condenado e crucificado, pois o sofrimento é parte integrante de sua missão”, disse o Papa em sua introdução ao Ângelus.

O Papa fez notar que a leitura deste domingo tirada do Evangelho de São Marcos ressalta “o segredo messiânico, quer dizer, o fato que Jesus não quer que no momento se saiba, fora do grupo dos discípulos, que Ele é o Cristo, o Filho de Deus”. É por isso que Jesus “mais de uma vez diz aos Apóstolos, aos doentes que cura, que não revelem a ninguém sua identidade”.

Sobre a passagem deste domingo ressaltou além que Jesus “impede aos demônios mesmos revelar sua identidade” e que justamente insiste neste ponto porque “está em jogo a realização de sua mesma missão, da qual depende nossa salvação”. “Sabe, em efeito, que para liberar à humanidade do domínio do pecado, Ele deverá ser sacrificado na cruz como verdadeiro Cordeiro pascal. O diabo, por sua parte, trata de distrai-lo, de lhe fazer perder a direção para a lógica humana de um Messias potente e cheio de êxito”, continuou o Papa.

Mais adiante o Pontífice lembrou que “Jesus sofre e morre por amor” e que assim “dá um sentido a nosso sofrimento, um sentido que muitos homens e mulheres de todas as épocas compreenderam e feito próprio, experimentando a serenidade profunda inclusive na dureza das provas físicas e morais”.

O Papa aproveitou suas reflexões para lembrar, no marco da mensagem dos bispos italianos pela "hodierna Jornada pela Vida", que “a eutanásia é uma falsa solução ao drama do sofrimento, uma solução indigna para o homem. A verdadeira resposta não pode ser dar a morto, por muito ‘doce’ que seja, porém testemunhar o amor que ajuda confrontar a dor e a agonia de modo humano”.

O Papa encomendou a Maria todas “as pessoas que passam sofrimentos e os que se empenham a cada dia em apoiá-las, servindo à vida em cada uma de suas fases: pais, operadores sanitários, sacerdotes, religiosos, cientistas, voluntários e outros”. Seguidamente rezou o Ângelus dominical, saudou os presentes em diversos idiomas e concedeu sua Bênção Apostólica.