Ao receber esta manhã as cartas credenciáis do novo Embaixador da França ante a Santa Sé, Stanislas Lefebvre de Laboulaye, o Papa Bento XVI recordou a viagem a Lourdes que realizasse em setembro de 2008 e alentou a este país europeu a colaborar na defesa e promoção da vida, assim como dos mais fracos e necessitados diante da atual crise econômica global.

Depois de lembrar sua viagem ao Santuário de Lourdes pelos 150 anos das aparições da Virgem a Santa Bernadette Soubirous, o Papa se referiu ao debate sobre bioética na França e expressou sua satisfação porque "o parlamento chegou a umas conclusões prudentes e cheias de humanidade sobre as questões relativas ao fim da vida. Espero que esta mesma prudência que reconhece o caráter intangível de toda vida humana se mantenha na hora de revisar as leis de bioética".

Seguidamente Bento XVI disse que para confrontar a crise econômica atual são necessárias medidas que "favoreçam a coesão social, protejam às populações mais fracas e sobre tudo, devolvam à maioria a capacidade e a oportunidade de chegar a ser atores de uma economia realmente criadora de serviços e de verdadeiras riquezas".

Depois de comentar que o recente acordo entre a França e a Santa Sé sobre o reconhecimento dos diplomas outorgados pelas universidades pontifícias e os institutos católicos, "beneficiará a numerosos estudantes franceses e estrangeiros", o Papa expressou sua alegria pela vontade do governo francês de dialogar com a Igreja Católica, e agradeceu aos bispos franceses por sua preocupação por "assegurar as bases de um diálogo intercultural e interreligioso no que as diferentes comunidades religiosas tenham a oportunidade de mostrar que são fatores de paz".

O Papa disse logo que frente a "as numerosas crises que marcam atualmente a cena internacional, a Santa Sé segue com preocupação constante as situações de conflito e os casos de violação dos direitos humanos, mas não dúvida de que a comunidade internacional, em que a França joga um papel importante, pode contribuir uma contribuição cada vez mais justa e eficaz a favor da paz e a concórdia entre as nações e para o desenvolvimento de cada país".

Finalmente e dirigindo-se às comunidades católicas que vivem na França, o Santo Padre afirmou que "sua alegria será grande este ano com motivo da canonização da Beata Jeanne Jugan, fundadora da Congregação das Irmãzinhas dos pobres. Este evento manifestará mais uma vez como a fé viva é pródiga em obras boas e como a santidade é um bálsamo benéfico para as chagas da humanidade".