O Arcebispo de Turim, Cardeal Severino Poletto, animou aos médicos italianos a recorrer à objeção de consciência se é que lhes for ordenado deixar morrer de fome a Eluana Englaro, conhecida como a Terri Schiavo da Itália.

Em uma entrevista publicada em "La Repubblica", o Cardeal Poletto explicou que "deixar morrer de fome alguém que está em estado vegetativo é eutanásia e a Igreja é contrária à eutanásia como qualquer outra forma de negação da vida".

Eluana Englaro, tem 38 anos de idade e em 1992 ficou em estado vegetativo depois de um acidente de trânsito. Em novembro passado, um tribunal autorizou a seus pais a desconectar a sonda que a alimenta e hidrata para deixá-la morrer, mas até hoje os profissionais sanitários italianos se negaram a executar a sentença.

"A lei de Deus jamais vai contra o homem. Ir contra a lei de Deus significa ir contra o homem. portanto, se a duas leis entrarem em contraposição é porque a lei do homem não é boa e se revelará assim por seus próprios frutos", indicou.

O Cardeal Poletto considerou que "existe a possibilidade de fazer objeção de consciência quando a aplicação de uma lei contrasta com seus próprios princípios" e "nenhuma lei humana pode ir contra a consciência constrangendo-a a cometer atos que se contrapõem a nossas próprias convicções".

"Isto serve para um médico que é chamado a praticar um aborto, como para o que é obrigado a tirar a sonda a Eluana, ou ao farmacêutico que se nega a vender uma certa pílula", adicionou.