Em uma mensagem ao presidente da Associação de Médicos Católicos Italianos, Domenico Dava Virgilio, o Papa João Paulo II afirmou que “nenhum tipo de pesquisa pode ignorar a intangibilidade de cada ser humano”.

Depois de ressaltar que o progresso científico é "um instrumento formidável para melhorar as condições de vida e de bem-estar”, o Santo Padre advertiu, entretanto, que “também pode submeter-se à vontade de abuso ou de domínio”.

“A pesquisa científica, por sua própria natureza orientada ao bem do homem, corre o risco de perder sua vocação originária. Nenhum tipo de pesquisa pode ignorar a intangibilidade de cada ser humano: violar esta barreira significa abrir as portas a uma nova forma de barbárie", assinalou João Paulo II na mensagem pelo XXIII Congresso Nacional do organismo médico.

Na mensagem, datada de 9 de novembro, o Santo Padre reafirma os princípios éticos que se fundamentam no Juramento de Hipócrates: "Não existem vidas indignas de ser vividas; não há sofrimentos, por muito penosos que sejam, que possam justificar a supressão de uma vida; não existem razões, por maiores que sejam, que favoreçam a 'criação' de seres humanos destinados a serem utilizados e destruídos".

Mais adiante, o Pontífice pediu aos médicos católicos inspirar sempre suas decisões na convicção de que a vida deve ser promovida e defendida desde sua concepção até sua morte natural: o que lhes distinguirá como médicos católicos será precisamente a defesa da dignidade inviolável de cada pessoa humana”.

Que em sua tarefa de salvaguarda e de promoção da saúde, não descuidem nunca a dimensão espiritual do ser humano", concluiu o Papa.