O destacado perito em bioética e Bispo Auxiliar de Santiago, Dom Fernando Chomali, apresentou nesta capital a nova instrução da Congregação para a Doutrina de Fé sobre bióetica titulada "Dignitas Personae" e explicou seus transcendentes alcances.

Como presidente da Comissão Nacional de Bioética e membro da Pontifícia Academia para a Vida, Dom Chomali explicou que o documento se apóia em supostos chaves como que a dignidade da pessoa humana leva a um grande sim à vida; os progressos científicos produzem novas esperanças, mas ao mesmo tempo suportam perplexidades; e que a ciência médica implica um grande serviço à humanidade, é um precioso bem da humanidade, mas para alguns é fonte de eugenêsia.

Conforme recolhe o Escritório de Imprensa da Conferência Episcopal Chilena (CECh), Dom Chomali lembrou que "o valor de vida humana implica que o menino tem o direito de surgir de um vínculo profundo entre um homem e uma mulher no matrimônio e, portanto, os médicos não podem dispor em relação ao ato conjugal e da vida humana".

"Para o tratamento da infertilidade, a Igreja expõe o lícito que corresponde àquelas ações que ajudam a superá-la através de medicamentos e cirurgia. O que não se pode fazer é substituir o ato conjugal. A Instrução convida à adoção como uma maneira privilegiada de viver a paternidade e é uma grande possibilidade de dar pais a quem não os tem", precisou.

Do mesmo modo, lembrou que um dos problemas essenciais das novas técnicas de fecundação artificial é a eliminação voluntária de embriões. "Não se pensa no direito à vida que estes embriões sacrificados têm. O desejo de um filho, que se reconhece como legítimo, não justifica a produção de embriões. Não se podem congelar embriões; aparece uma nova categoria de pobres que são estes embriões congelados que ficam na mais absoluta condição de indefensos", assinalou.

"Por trás do não à clonagem, à pílula do dia seguinte, brilha um grande sim, que é o sim à vida, o sim ao respeito de cada ser humano do momento da fecundação, que sempre tem que ser considerado um fim em si mesmo, mas nunca um meio nem menos um material biológico. ‘Dignitas Personae" expõe a primazia da ética por sobre a técnica, das pessoas sobre as coisas, e do espírito por sobre a matéria, e, sobre tudo, reivindica a grande dignidade de todo ser humano, que tem que ser tratado como pessoa", concluiu Dom Chomali.