A presidenta da Pontifícia Universidade Católica de Porto Rico, Marcelina Vélez de Santiago, junto a outros acadêmicos nacionais apoiou o pedido de diversos setores sociais para que o Governo revogue uma circular que obriga às escolas públicas a incluir em seus programas formativos a polêmica ideologia de gênero.
Desde que foi publicada em julho passado, a circular levantou numerosos protestos entre grupos religiosos e civis.
Na carta dirigida ao Governador atual e ao Governador eleito, Vélez de Santiago pede revogar a normativa pelo bem da infância e da juventude portorriquenha.
A acadêmica sustenta que “a ‘perspectiva de gênero’ é uma teoria não claramente codificada, que se encontra diversamente formulada em distintos autores e é fortemente discutida, criticada e até rechaçada nos ambientes acadêmicos da América e da Europa por suas implicações antropológicas, psicológicas, filosóficas e teológicas. Pretender reestruturar todos os currículos à luz de uma teoria discutível e fugidia, é lançar as escolas públicas a uma reforma caótica e anárquica, onde prevalecerão opiniões subjetivas e decisões arbitrárias”.
Do mesmo modo, adverte que “reduzindo a diferença sexual a uma construção social”, a perspectiva de gênero “vai contra as mais elementares evidencia da razão que tem na realidade, e não nas teorias, seu objeto próprio: a educação e a pressão social podem modelar maneiras diferentes de ser homem e mulher, nunca definem o ser homem e mulher, que é um dado originário inscrito na natureza e na realidade humana”.
Para a perita, introduzir “nas escolas públicas desta perspectiva se justificaria com o só propósito de educar às jovens gerações à auto-determinação da própria identidade sexual, independentemente de qualquer dado objetivo, abrindo o caminho à aceitação de qualquer forma de relação afetiva e prática sexual (homossexual, bissexual, transexual)”.