Ao dirigir-se este meio-dia a um grupo de seminaristas na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano, o Papa Bento XVI assinalou que "como recordou também a recente Assembléia do Sínodo dos Bispos, entre as tarefas prioritárias do presbítero está a de espalhar de mãos cheias no campo do mundo a Palavra de Deus".

Em seu discurso aos seminaristas do Pontifício Seminário Regional Pio XI, de Ancona; do Pontifício Seminário Regional Pio XI, de Molfetta e do Pontifício Seminário Regional São Pio X, de Chieti, o Santo Padre assinalou que assim como as sementes da Parábola do Evangelho, estas "parecem em realidade pequenas, mas uma vez germinadas, convertem-se em um grande arbusto e gera abundantes frutos".

Depois de explicar que "a Palavra de Deus que estão chamados a semear à mãos cheias e que leva em si a vida eterna é Cristo mesmo, o único que pode mudar o coração humano e renovar o mundo", Bento XVI precisou que "no atual contexto social, uma certa cultura parece nos mostrar o rosto de uma humanidade auto-suficiente, desejosa de realizar seus próprios projetos por si só, que escolhe ser a única artífice de seu próprio destino; e que, em conseqüência, considera como não influente a presença de Deus e portanto a exclui de fato de suas eleições e decisões".

"Em um clima assinado inclusive por um racionalismo fechado em si mesmo, que considera que as ciências práticas são o único modelo de conhecimento, o resto se converte em subjetivo e em conseqüência uma experiência religiosa corre o risco de ser vista como uma eleição subjetiva, não essencial nem determinante para a vida", acrescentou.

Entretanto, continuou o Papa, "o homem do terceiro milênio, como os de todas as épocas, tem necessidade de Deus e o busca inclusive sem dar-se conta. A tarefa dos cristãos, de modo especial dos sacerdotes é alcançar esta desejo profundo do coração humano e oferecer a todos, com médios e modos que respondam às exigências dos tempos, a imutável e, por isso, sempre viva e atual Palavra de vida eterna que é Cristo, Esperança do mundo".

Diante desta missão, disse logo o Pontífice, os anos do seminário são de grande valor, "tempo destinado à formação e ao discernimento; anos nos quais o primeiro lugar deve ser para a busca de uma relação pessoal com Jesus, uma experiência íntima de seu amor, que se adquire, antes de mais nada, através da oração, assim como em contato com as Sagradas Escrituras, lidas, interpretadas e meditadas na fé do comunidade eclesiástica".

Como exemplo desta relação íntima com Deus e do ardor evangelizador que desta de desprende, o Papa lembrou no Ano Paulino a São Paulo; quem "prestes a dar a vida pelo Evangelho", tornou-se logo de sua conversão, em alguém "capaz de dialogar com todos, seguindo o exemplo do divino Mestre".

"A imitação de São Paulo –alentou o Papa– não deixem de procurar Cristo na escuta, na leitura e no estudo da Sagrada Escritura, na oração e na meditação pessoal, na liturgia e em cada atividade cotidiana. É importante, com respeito a seu rol, queridos encarregados da formação, lembrar que são chamados a ser para seus tutelados primeiro mestres de vida evangélica".

Finalmente, o Santo Padre invocou sobre cada um dos seminaristas "o materno amparo da Virgem Mãe de Cristo, que a liturgia de Advento nos apresenta como modelo de que vela em espera do retorno glorioso de seu divino Filho. A Ela confiem-se com fé, recorram a sua intercessão para que os ajude a permanecer prontos e vigilantes. De minha parte lhes asseguro meu afeto e minha oração cotidiana, enquanto de coração abençoo a todos".