O Professor de Teologia Dogmática na Universidade de Navarra e Doutor em Teologia e em Direito, Pedro Rodríguez, ressaltou que assim como os primeiros cristãos pregavam a verdade de Cristo com valentia e naturalidade, assim os cristãos devem anunciá-lo fazendo frente ao neo-paganismo relativista da sociedade atual.
Em entrevista concedida ao Primeroscristianos.com, o também membro da Pontifícia Academia Santo Tomás de Aquino lembrou que "a cultura européia está configurada historicamente do cristianismo, e portanto a partir do esforço dos primeiros cristãos: eles são as 'raízes cristãs' da Europa".
Entretanto, indica o perito na Eclesiologia, "da Ilustração, e especialmente com o passar do século XX, deu-se um processo de desqualificação e negação dessas raízes. Cada vez é maior o perseguição cultural e mediático, a marginalização efetiva que sofre o Cristianismo na Europa".
Do mesmo modo, o perito na Eclesiologia indicou logo que os primeiros cristãos estiveram rodeados do paganismo e atualmente "nós temos que confrontar o neo-paganismo" que se poderia definir como "um conjunto de 'opções' e 'ofertas' de sinal materialista (ou 'espiritualista'), que são as novas 'divindades' postmodernas".
"Neste contexto, o cristão –e a comunidade cristã– se forem coerentes, 'se arriscam', como os primeiros cristãos. Mas só se forem coerentes, podem ganhar a batalha, também como os primeiros cristãos".
Para Rodríguez, em meio deste neo-paganismo "a realidade se impõe e o homem de carne e osso tem um problema vital e existencial que sai por toda parte embora se trate de tampá-lo. A gente tem perguntas sem resolver: o que é o homem, qual é o sentido da vida, o que é a felicidade, onde está, o que há depois da morte. Estas são perguntas inextinguíveis. Se muitos querem as tampar, os cristãos têm de nos empenhar em que emerjam, que estejam presentes no debate público e nas conversações privadas".
"Nós temos que fazer o que fizeram os primeiros cristãos: contar às pessoas como tudo se esclarece no encontro com o Jesus Cristo. Ele é a resposta a essas perguntas", precisou.
Logo depois de animar a fazer isto a modo de diálogo, o teólogo remarcou que "solo quando alguém se sente entendido, surge o diálogo e se pode falar de tudo, por exemplo do sentido do sacrifício, imprescindível para poder entender ao Jesus Cristo e a vida cristã. Isto é o que faziam os primeiros cristãos".