SANTIAGO, 27 de out de 2008 às 18:10
A União Social de Empresários Cristãos (USEC) chamou o Governo chileno a cumprir com seu dever “subsidiário” e garantir um marco trabalhista moderno que permita manter e criar postos de trabalho para que a atual crise financeira mundial não afete aos mais pobres.
Em uma mensagem emitida ante “a crise e emprego”, a USEC assinalou que para poder aproximar dos pobres ao crescimento do país, é necessário que o Estado exerça “o princípio de subsidiaridade” e brinde o acesso à moradia, saúde e educação, que são as condições básicas para facilitar “o direito a um trabalho digno e a uma justa remuneração a quem hoje está fora do sistema”.
Do mesmo modo, acrescentou que “é justamente em tempos de crise quando o rol social da empresa fica a prova e onde princípios tais como a participação e a solidariedade permitem enfrentar cenários de incerteza em um marco moral adequado para o discernimento e a busca do Bem Comum”.
Nesse sentido, recordou que tanto empresários como Governo devem reger suas decisões sobre critérios éticos e morais antes que os econômicos. Indicou que a sustentabilidade de toda empresa emana da confiança, o trato eqüitativo e a colaboração entre seus membros.
Por isso, pediu ao Governo chileno a dar uma “legislação trabalhista moderna” que “não atente contra princípios básicos como a liberdade, a eqüidade e a justiça como o atual marco legal”.
Advertiu que as atuais restrições à contratação e à demissão “fazem que as empresas aproveitem estas juntas indisputáveis para reduzir sua planta trabalhista por razões de necessidades da empresa, dado além disso o caráter de decisão judicial que lhe outorgou à demissão”.
“Com a atual legislação trabalhista se corre o risco de gerar mais demissões em épocas de crise e menos emprego em condições econômicas normais. portanto é urgente implementar um marco trabalhista que promova o emprego e não atente contra ele”, assinalou.
Do mesmo modo, a USEC considerou “inapropriado” que se usem mecanismos “como a sindicalização e negociação coletiva para promover instâncias de confrontação, e inclusive ideologizadas que desvirtuam o fim original pelo qual foram criadas, ou seja, o benefício dos trabalhadores na empresa”.
“Lamentamos também que neste momento que se requer de uma atitude mais austera e de maior esforço por parte de todos, criou-se um novo feriado cujo custo deverão assumir as empresas. Políticas como estas empanam o ambiente solidário que a Presidenta convida a desenvolver e atentam contra a estabilidade do sistema econômico”, acrescentou.
Finalmente, a USEC apelou “à consciência” de quem faz empresa dos ensinamentos da Doutrina Social da Igreja, porque ante o atual grau de desconfiança econômica mundial, “o sinal deve ser claro”.