Os grupos “Opção pelos Pobres” e “Movimento Somos Igreja”, que por muito tempo se proclamaram católicos e exigiram reformas à Igreja, uniram-se a uma longa  lista de entidades abortistas e feministas para apoiar a descriminalização do aborto no Chile.
Ambos os grupos, identificados com a teologia da libertação, assinaram uma “declaração pública em que dezenas de grupos anti-vida, reclamam o aborto sem restricões como parte da livre opção sobre a maternidade de acordo aos próprios projetos e condições de vida”.
A declaração surge a propósito do caso da jovem chilena Karen Espíndola, grávida de cinco meses, cujo bebê sofre uma grave má formação. O caso de Espíndola é apresentado como motivo de “aborto terapêutico” apesar de que os médicos não consideram que existe risco de vida para a mãe.
Os assinantes demandam às autoridades repor “o aborto terapêutico, vigente no Chile até 1989 quando foi derrogado” pelo regime de Augusto Pinochet.
Esta, “é uma dívida que esta democracia mantém com os direitos humanos das mulheres, a quem as obriga a levar adiante gravidezes com risco de vida, quando foram violadas ou quando o feto apresenta graves má formações, as desconhecendo totalmente como sujeitas de direitos sobre seus corpos e suas vidas”, argüem os assinantes.
Neste sentido, sustentam que o aborto legal “também alude a muitas outras condicionantes sociais que moldam a experiência reprodutiva das mulheres, tais como: pobreza, exclusão, marginalização, violência, falta de moradia, desemprego, aglomeração, falta de acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva, entre outras”.
Os grupos anti-vida reclamaram às autoridades “o direito de escolher quando ser mães e quantos filhos e filhas ter, e inclusive o direito a não os ter. Uma maternidade não deve ser imposta por mandatos culturais ou religiosos nem por leis castigadoras" afirmaram.