Em uma coletiva de imprensa em que a Conferência Episcopal Espanhola anunciou o início de uma campanha em nível nacional para "mobilizar as consciências" dos católicos contra a eutanásia, o presidente da Federação Nacional de Associações de Lesados Medulares e Grandes Deficientes (ASPAYM), Alberto de Pinto, manifestou que se houver algo que une aos 12 mil lesados medulares espanhóis é o amor à vida e o rechaço da eutanásia como solução a seu padecimento.

Segundo de Pinto, "muitíssimos" tetraplégicos se dirigiram a ele depois da estréia do filme "Mar Adentro", de Alexandre Amenábar, que reflete o padecimento de Ramón Sampedro, para lhe expressar que estavam "indignados" porque novamente se levante a polêmica  do caso de uma pessoa “que quis se suicidar”, dando a impressão à sociedade de que a estas pessoas não resta "mais que morrer".

"Isto é falso", disse o presidente de ASPAYM, sublinhando que a Administração deveria destinar mais recursos a melhorar a qualidade de vida destes pacientes.

Deste modo de Pinto qualificou de "indigno" que se “utilize a figura de um lesado medular" para abrir o debate da eutanásia. A seu julgamento, se os recursos que se utilizaram no caso de Sampedro para fomentar a eutanásia se destinaram a melhorar seu entorno, "quase com toda segurança não tivesse desejado a morte".

Por sua vez, a doutora Yolanda Vilches, responsável pela Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital São Rafael de Madri, também presente na coletiva de imprensa, apostou por melhorar por seguir potencializando os cuidados paliativos para melhorar as condições de vida dos doentes terminais de forma que não solicitem a eutanásia.