Os serviços de acolhida e atenção primária deo Cáritas Espanhola em diversos pontos do país registraram um inesperado salto de demandas de ajuda superior aos 40% durante o primeiro semestre, e seus dirigentes estimam que chegará aos 50% ao finalizar 2008, como resultado da crise econômica global que golpeia a Espanha.
Segundo fontes de Cáritas, 100.471 pessoas foram à organização entre janeiro e junho deste ano para solicitar algum tipo de ajuda. A metade do ano, o número de petições tinha alcançado o 70,4% do total de todas as demandas que houve no ano 2007.
“Tendo em conta que a situação piorou depois do verão, serão necessários mais recursos para atender ao crescente número de pessoas em situação de vulnerabilidade”, explicaram.
O estudo revela que de entre todas as demandas de ajuda, destacam especialmente as relativas aos programas de família, acolhida, imigrantes e emprego. Além disso, produziu-se um aumento de mais de 55% no número de pedidos de ajuda econômica, sobre tudo, para mantimentos, transporte e para fazer frente aos gastos de moradia.
“Necessitamos donativos para atender a situação de pobreza e exclusão que vivem estas pessoas”, disse o Secretário Geral do Cáritas, Silverio Agea, ao revelar que a ajuda das administrações públicas foi de 8.6% em 2007; por isso o resto -o 91,4%- deveu cobrir-se com recursos privados.
No compartimento de imigrantes, cresceram as demandas de retorno voluntário, em especial de equatorianos e bolivianos.
A organização assinalou que é urgente redobrar os esforços nos programas para maiores, onde se investiram a maior percentagem do orçamento, e o de acolhida e atenção primária, pelo efeito da crise econômica, junto aos de emprego para ajudar a pessoas com baixa qualificação.
“A pobreza tem solução; só com o gasto em perfume se acabaria com a pobreza no mundo, por isso não acabar com ela é imoral”, assinalou Agea.