O Arcebispo de São Salvador, Dom Fernando Sáenz Lacalle, pediu ao Governo de seu país incorporar reservas na declaração final da Cume Ibero-americana, que pretende estabelecer uma Convenção Ibero-americana de Direitos da Juventude que imporia o aborto e a ideologia de gênero às nações do Continente.
Dom Sáenz Lacalle sugeriu ao Governo adicionar como cautela à declaração que “todos os compromissos assumidos se desenvolverão tendo em conta o marco da normatividade constitucional e legal vigente no país respectivo”, uma posição que vêm promovendo vários países da região para evitar que a ideologia de quem tem redigido a Convenção não termine impondo-se sobre as nações soberanas.
Dom Sáenz Lacalle também exortou adicionar como cautela o que “se esclarece que a assinatura desta declaração tem que entender-se com as limitações estabelecidas nos respectivos ordenamentos jurídicos de cada um dos países”.
O Prelado se reuniu na semana passada com funcionários do Executivo para abordar “tudo o que está comprometido na declaração que vai se assinar na Cume Ibero-americana”; e assinalou que “não se pode aceitar uma imposição de um organismo internacional que vá contra a Constituição”, denunciou.
O Arcebispo reiterou seu rechaço à Convenção Ibero-americana de Direitos da Juventude e propôs que El Salvador elabore sua própria lei de juventude adequada e inspirada nos valores institucionais da nação.
“A Convenção põe ao Estado por cima da família. Também apresenta uma grave confusão em temas de tipo moral”, explicou o Arcebispo.
A lei nacional da juventude, explicou, “estaria de acordo com a rede social, a história, a moral e valores do povo”.
O Governo de El Salvador já anunciou que não ratificará a Convenção Ibero-americana porque o texto “tem incompatibilidades com nossa Constituição e moral que é inaceitável para a sociedade salvadorenha”.