O debate sobre os “bebe a la carte” acentuou-se na sociedade inglesa depois  que o governo autorizou  uma universidade local a selecionar embriões com o fim de “prevenir” o câncer de cólon.

A Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia (HFEA) do Reino Unido, deu permissão à University College Hospital de Londres para que selecione os embriões de quatro casais e comprove quais são portadores do gen que origina a poliposis adenomatosa familiar (PAF), um câncer hereditário de cólon.

No caso de comprovar-se, o casais poderão pedir que através da fecundação in vitro só se implantem os embriões livres dessa herança genética.

Segundo a HFEA, existe 50 por cento de probabilidades de que um pai transmita este gen a seu filho. Entretanto, este tipo de câncer não se desenvolve normalmente antes dos vinte anos, e inclusive poderia não aparecer até os quarenta. Isto ocasionaria que embriões que talvez nunca desenrolem a enfermidade sejam eliminados.

Esta autorização para selecionar embriões segundo sua carga genética, gerou que o debate sobre os “bebês de proveta” tenha tomado um novo impulso entre os britânicos.

Os grupos de alertaram que a decisão da HFEA provocará a eliminação de seres que demorariam décadas ou que talvez nunca desenvolvam a enfermidade. Além disso lembram que se poderia prevenir este tipo de câncer utilizando outros métodos como a cirurgia.

Josephine Quintavaller, do grupo “Comment on Reproductive Ethics”, advertiu que “Aqui não estamos falando de curar a doença, mas sim de eliminar a seu portador: é uma medicina bastante pobre”. Sublinhou que esta doença “demora 20 anos em aparecer e à velocidade a que avança a medicina é possível que então já exista uma cura”.

Foi informado que a HFEA está avaliando a possibilidade de dar mais autorizações deste tipo.