Esta manhã os pais sinodais reunidos na sexta Congregação Geral da Assembléia do Sínodo dos Bispos trataram, entre outros temas, a necessidade de uma melhor formação bíblica para os seminaristas e uma melhor exegese para poder compreender melhor as Sagradas Escrituras.

Ante 242 bispos presentes para esta Congregação, o Cardeal Stanislaw Dziwisz, Arcebispo da Cracovia (Polônia) questionou que às vezes "os candidatos ao sacerdócio tratam o texto da Sagrada Escritura mas bem como um objeto de estudo, sem ter em conta sua dimensão espiritual. A Escritura não é para eles a Palavra de sua vida. Não permite que saia da Escritura a força da Palavra capaz de trocar ao ser humano, de convertê-lo".

"Temos que voltar a pensar o papel da Palavra de Deus na formação do seminarista, e portanto, na formação permanente dos sacerdotes. O Povo de Deus tem necessidade de sacerdotes apaixonados da Palavra e do serviço. Esta é uma das condições indispensáveis da nova evangelização que tanto lhe preocupavam ao Servo de Deus João Paulo II", acrescentou.

Por sua parte, o Bispo de Jeonju (Coréia), Dom Vincent Ri Pyung-ho comentou que é necessário que os fiéis escutem diretamente a Palavra de Deus pois "é a mesma Palavra de Deus a que salva às pessoas. Não é talvez importante incluir no programa de formação dos sacerdotes, futuros e presentes, uma certa parte de memorização da Bíblia?. Em segundo lugar poderia estabelecer um preciso diretório para obter uma pregação bíblica melhor?".

De outro lado, o Bispo de Cayenne (França), Dom Emmanuel Lafont, manifestou que "os pobres têm uma abertura profunda à palavra de Deus e a Igreja tem o dever de lê-la sempre perto deles. Proponho que este sínodo demonstre uma grande confiança no modo em que os pequenos e os leigos em geral acolhem a Palavra. Meu temor maior não é que se equivoquem quando lerem a Bíblia, é que não a leiam absolutamente e que nós possamos lhes impedir que se apaixonem pela Palavra devido às precauções excessivas".

A seu turno o Cardeal Polycarp Pengo, Arcebispo de Dar-es-salaam (Tanzânia) e Presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar relatou que "grande parte do continente africano assiste a um fenômeno terrível, o êxodo dos crentes católicos que abandonam a Igreja para entrar em formar parte das seitas pentecostais".

Em sua opinião "um dos motivos é a real 'distancia entre investigação exegética e formulação teológica', quer dizer a falta de colaboração recíproca entre as duas ciências". "O resultado dessa situação é a interpretação erro da verdade dos textos sagrados e a confusão espiritual. Esse estado de coisas convida aos peritos da Bíblia e da teologia a uma colaboração mais estreita", concluiu.