O Arcebispo do Panamá, Dom José Dimas Cedeño, enviou ao Presidente da Assembléia Nacional deste país, Raúl Rodríguez, uma carta em que expressa sua "avaliação negativa" do projeto de lei de "saúde sexual e reprodutiva" inspirado na ideologia de gênero e que atentaria contra o direito dos pais de educar a seus filhos segundo suas próprias convicções morais.

Na recente missiva, o Prelado que é Vice-presidente da Conferência Episcopal Panamenha (CEP) alentou além a "um diálogo mais amplo a nível da sociedade sobre este fundamental assunto" já que o projeto "afeta gravemente em muitos aspectos os elementos básicos de nossa sociedade".

O Arcebispo precisou que embora a CEP participou da elaboração do projeto e se mostrou satisfeita pelas sugestões que foram acolhidas, também expressou seu "séria preocupação e contrariedade sobre vários pontos do texto que, sem maiores mudanças, é o mesmo que foi apresentado à Assembléia Nacional" empassado 22 de setembro.

Na missiva o Prelado assinala que este projeto ataca as bases sólidas da família e das relações inter-pessoais, já que "difunde a ideologia do gênero, pela qual ser homem ou mulher não estaria determinado fundamentalmente pela própria natureza, senão pela cultura".

Do mesmo modo, vai contra o direito dos pais de educar a seus filhos de acordo a suas próprias convicções morais e advertiu que a CEP insistiu sobre "um compromisso civil para rebater a violência intra-familiar, a prostituição e a pornografia, que afetam gravemente às famílias em suas pessoas mais débeis".

"Por estes motivos, a Igreja lamenta expressar uma avaliação gravemente negativa sobre o documento apresentado à Assembléia Nacional e auspicia um diálogo mais amplo a nível da sociedade sobre este fundamental assunto", afirmou.

Deste modo o Arcebispo precisou que este projeto promove práticas "gravemente daninhas" para a integridade física da pessoa como é a esterilização, sem que o texto faça referência à idade e exortou aos deputados a evitar a "apressada aprovação" desta lei.