Na segunda Congregação da Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos realizada ontem pela tarde, o Arcebispo de Abuja (Nigéria), Dom John Olorunfemi Onaiyekan; e o Bispo de Townsville (Austrália), Dom Michael Ernest Putney; passaram revista aos distintos desafios de evangelização em seus respectivos continentes.

Ao falar da situação da África, Dom Olorunfemi iniciou sua intervenção lembrando as raízes cristãs deste continente, terra de Santo Agostinho; e precisou que em muitos países africanos um assunto importante é o custo das Bíblias, pois pode "chegar a equivaler, em muitos lugares, ao salário de um mês. Muitas pessoas, em conseqüência,  não dispõem do dinheiro suficiente para possuir uma Bíblia".

Deste modo indicou que outro problema é o das línguas, pois às vezes não se conta com uma tradução adequada da Bíblia. "Entretanto, ainda depois de ter escutado a Palavra de Deus lida em nossas próprias línguas, fica ainda a tarefa de interpretá-la para impregnar com o verdadeiro significado da mensagem do Espírito Santo a todos aqueles a quem está dirigida. Encontramo-nos aqui com a tarefa da interpretação, da exegese seja a nível técnico que a nível popular", acrescentou.

Para este Prelado "África é ainda um continente de evangelização primária", que "requer, evidentemente, que a Palavra de Deus seja anunciada e proclamada com toda sua potência e seu vigor. Isto implica que a Escritura seja apresentada de maneira adequada para aqueles aos que estamos exortando a acolher a mensagem cristã".

O Arcebispo de Abuja também se referiu à perseguição que sofrem muitos católicos no continente. "Muitos membros nossos se sentem freqüentemente em dificuldade pelos ataques e os abusos destes grupos, sobre tudo quando não estão adequadamente preparados para defender a própria posição católicas. Por isso, muitos fiéis nossos se encontraram com a necessidade de aprofundar as Escrituras, justamente para poder combater os ataques dirigidos a eles mesmos e à Igreja", indicou.

De outro lado, o Bispo de Townsville se referiu na sua vez aos desafios da Igreja na Oceania e precisou que "às vezes alguns elementos da cultura de acolhida que se contradizem com a Palavra de Deus seguem exercendo uma influência nas vidas das  pessoas. Diante destes desafios, segue sendo muito necessário contar com pessoal competente que ensine nos seminários e os institutos de educação superior dos numerosos países da Oceania".

Depois de indicar que "em muitos países da Oceania, existe um número incrível de línguas nas que a Palavra de Deus deveria ser comunicada em total mais de mil e duzentas línguas completamente diferentes", o Prelado comentou que "depois da Jornada Mundial da Juventude, alguns australianos e neozelandeses sentiram que a promessa de uma nova evangelização por fim se estava pondo em marcha apesar da aparente impermeabilidade da cultura secularizada".

"A Igreja na Austrália e na Nova Zelândia e em outros países da Oceania está concentrando sua atenção cada vez com maior insistência na necessidade de dedicar-se a uma nova evangelização nesta região do mundo, especialmente na cultura secularizada da Austrália e Nova Zelândia. Entretanto, atualmente não se identificou um método único nem existe uma compreensão comum sobre o que faz falta em termos práticos", assinalou.