O Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Renato Martino, assinalou que a Igreja não faz política mas tem a Doutrina Social que a ilumina, e indicou que “não se pode entender a comunidade política se não se entender o amor de Deus pelos homens”.
Durante a conferência “O Desafio da eqüidade em um mundo globalizado. Contribuição da Doutrina Social da Igreja”, o Cardeal lembrou a figura do Papa Paulo VI, quem ensinou que “a política é para os cristãos uma forma exigente da caridade”.
“Esta afirmação me parece de grande importância, posto que se difundiu –e penso que não me equivoco se disser que em todos os países–, entre a opinião pública, uma atitude de anti-política e, entre muitos observadores, a percepção convencida da profunda crise que a sacode, fruto de uma complexa série de fatores”, assinalou.
Nesse sentido, o Cardeal indicou que a Igreja “não pode ficar por fora desta crise”. Assinalou que “a Igreja não faz política, mas possui uma doutrina iluminadora sobre a política, capaz de desatar alguns dos complicados nós que lhe impedem de exercer sua autêntica função”, de velar pelo bem comum.
Durante seu discurso, o Cardeal Martino lembrou a quão fiéis estão chamados a dar à política “um estatuto autenticamente humano, liberando-a constantemente de ilusões messiânicas e recuperando seu rol fundamental, resgatando a das desilusões que a circundam e espreitam”.
A autoridade vaticano assinalou que “difundir a doutrina social é verdadeiramente uma das grandes prioridades pastorais de nosso Iglesias, chamadas a evangelizar também a política, a iluminar com a luz do Evangelho todo aquilo que, de uma maneira ou outra, tem que ver com a política”.
O Cardeal explicou que em “palavras simples”, esta doutrina ensina que a política deve ter “à pessoa humana sempre ao centro”, em respeito de “seus direitos fundamentais, sobre tudo do direito à vida”.
“Uma política inspirada por um humanismo integral e solidário”, assinalou, protege a família fundada “sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher”, e promove os valore de verdade, justiça, liberdade e caridade; em procura do bem comum.
O Cardeal Martino exortou a promover uma política que não mande ao exílio a Deus, porque uma sociedade que prescinde do Pai, “corre o perigo de se tornar uma sociedade contra o homem”.