O Presidente da Conferência Episcopal Equatoriana (CEE), Dom Antonio Arregui Yarza, afirmou que para o referendum de 28 de setembro, os bispos pedem aos cristãos assumir sua responsabilidade perante “o fato de que a vida, a família e a paz são bens que devemos aspirar e procurar que contribuam a um futuro melhor”.
Em entrevista com o diário de Quito “La Hora”, o Prelado anunciou para  14 de setembro, festa da Exaltação da Santa Cruz, uma jornada que será “a oportunidade para que unamos nossas orações pela vigência no país de alguns valores que viemos destacando e que conforme parece são colocados sob sombra neste projeto de Constituição”.
Nesse sentido, ante a pergunta de se dita jornada “significaria de repente pedir o voto pelo Não”, o Presidente da CEE esclareceu que “não necessariamente”. Explicou que “a decisão é sempre complexa e cada pessoa é livre de decidir. O que pedimos é que a responsabilidade dos cristãos encare o fato de que a vida, a família e a paz são bens que devemos aspirar e procurar que contribuam a um futuro melhor”.
Dom Arregui assinalou que o Episcopado não está fazendo campanha contra o Estado, senão que prega “o que exortamos sempre, como o mandamento de não matar que está vigente sempre” e que “é um dos alicerces da tradição cristã”. Advertiu que “há uma corrente abortista mundial que se aproximou de nossa cultura e tiveram uma representação na Constituinte”.
O também Arcebispo de Guaiaquil lembrou que a Igreja apresentou à Assembléia Constituinte uma proposta “completa e raciocinada” para preservar “os valores cristãos e a família”. Entretanto, no parlamento se aprovaram textos “ambíguos e claramente perigosos para a consciência Cristã”, e por isso, para a família, a vida, o matrimônio e o direito dos pais a escolher a educação de seus filhos.
Dom Arregui reafirmou a vontade dos bispos de dialogar com o Governo, mas lembrou que o diálogo “tem que partir do respeito dos direitos que tem cada um”, como o da Igreja e o de cada católico a expressar-se livremente.
Do mesmo modo, o Arcebispo assinalou que se ganhar a tendência do “Sim” à nova Constituição, os bispos seguirão com seu compromisso “de defender os princípios morais”.
“Agora, se ganhar o Não, tampouco nos sentiremos ganhadores porque nós não perseguimos votos. Nossa luta é a vigência dos princípios cristãos na sociedade”, indicou.
Não existe oposição a Correa 
Por sua parte, o Secretário Geral da CEE, Dom Nicolás Dousdebés, indicou que a oposição dos bispos ao projeto constitucional não é por dar a contra ao Presidente Rafael Correa, mas sim para manter sua defesa dos valores fundamentais.
“O ensinamento da Igreja permanece inalterado, sempre foi o mesmo, não é que nos inventamos isto para dar a contra ao presidente Correa”, declarou ao website “o Equador imediato”.
Nesse sentido, lembrou que as críticas dos prelados à nova Constituição não foram dadas “com espírito de confrontação, briga ou insulto”. Mas bem, indicou, “teria ficado prejudicada a imagem da Igreja se não diziamos” sobre este tema.
A entrevista completa a Dom Arregui se encontra em http://www.lahora.com.ec/frontEnd/main.php?idSeccion=769956