MEXICO D.F., 8 de set de 2008 às 16:24

O Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, precisou que "a Igreja, embora muitos o peçam, não pode calar perante os crímes que se estão legalizando", em clara referência à firme posição de defesa da vida assumida por ele e os bispos deste país diante da decisão da Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) de descriminalizar o aborto.
Assim o indicou o Cardeal na homilia da Missa dominical que presidiu na Catedral Metropolitana. Nela também explicou que "uma Igreja muda não serve nem a Deus nem aos homens. Diante dos grandes males do nosso mundo não nos podemos encolher de ombros, não nos podemos paralisar, devemos mostrar nossa solidariedade e nossa co-responsabilidade, levantando nossa voz, oferecendo nossas propostas e entregando nosso compromisso para que os males se convertam em bens". 
Depois de reconhecer logo que "todos temos o teto de vidro, e não devemos nem podemos nos investir de juizes de outros", o Cardeal assegurou que é obrigação da Igreja Católica "evitar o pecado de omissão" que se pode cometer "ao não mostrar nossa solidariedade e nossa co-responsabilidade para que as coisas troquem em nossa família, em nossa Igreja e na sociedade aonde vivemos".
"Não podemos seguir respondendo como Caim à voz de Deus que nos diz: Onde está o teu irmão?', não podemos ser insolentes dizendo: 'Acaso sou eu o guardião de meu irmão?', porque o Senhor nos dirá o mesmo: 'O sangue de teu irmão está clamando para mim da terra'", prosseguiu. 
Ao finalizar a Eucaristia, deu-se leitura ao comunicado que a associação “União de vontades” apresentou à Igreja no México. Carmina Moreno de Montero, membro da Instituição IRMA que ajuda a mulheres que abortaram, e como membro de União de Vontades leu o texto lamentando a decisão da SCJN ao respaldar o aborto na capital do México.
Na missiva, que aparece depois do chamado premente que o Cardeal Rivera fez aos católicos em dias passados a unir-se a favor na defesa da vida, especialmente a mulheres grávidas que por distintas circunstâncias vêem o aborto como a solução a seus problemas, mais de 50 organizações católicas que conformam União de Vontades se comprometeram a trabalhar neste campo.