O Bispo do Santiago del Estero (Argentina), Dom Francisco Polti, lamentou as acusações e "graves injuria" que sem provas concretas os meios de comunicação social difundiram contra sacerdotes de sua diocese e contra a Igreja, depois das medidas que se viu obrigado a tomar perante a rebeldia de um presbítero a seu cargo.

O Prelado argentino explicou que a suspensão da licença do Pe. Ariel Álvarez para ensinar teologia e publicar livros ou artigos, teve como objetivo "ser uma ajuda espiritual para esta Igreja diocesana e, ao mesmo tempo, abrir um caminho para que o sacerdote revise sua atitude em espírito de humildade, obediência e comunhão".

Do mesmo modo, lamentou que "em distintas oportunidades, incluído algum meio de comunicação social, manifestaram-se acusações para sacerdotes da diocese, faltando à caridade cristã, e ao dom da vocação sacerdotal, presente de Deus, sem provas concretas e que levam a cometer graves injúrias, que atentam não só contra os presbíteros, mas também contra a Igreja".

Depois de lembrar a necessidade da correção fraterna no trato com os irmãos, o Bispo finaliza seu comunicado convidando a seguir " trabalhando com um novo ardor", fortalecendo "a espiritualidade de comunhão e em favor daqueles que têm a vida e a fé ameaçadas".

Os fatos

Em dias passados os meios, alentados por declarações do Pe. Álvarez, haviam mal informado sobre este caso indicando que era a Secretaria de Estado Vaticano a que estava "condenando" a este sacerdote por "não acreditar em Adão e Eva".

Em realidade, tinha sido o Bispo quem tomou medidas disciplinares porque o questionado sacerdote nega a historicidade do Anjo que falou com a Virgem Maria, as aparições físicas da Virgem, que os estigmas vêm de Deus e o valor cristão do livro de Jó.

Diante destes fatos, o Bispo de Santiago del Estero desmentiu aos meios e reiterou que em 4 de agosto tinha emitido um decreto indicando que algumas destas afirmações do Pe. Álvarez " causam perplexidade e levam a pastores e fiéis a perguntar-se se tais afirmações são compatíveis com o ensinamento do Magistério autêntico da Igreja".

Por isso e pela negativa do sacerdote a corrigir seus enganos publicamente, Dom Polti lhe suspendeu a licença "para fazer novas publicações ou dispor a reedição de publicações anteriores", para "o ensino de disciplinas teológicas em qualquer nível de docência, incluindo cursos curtos, conferências e toda outra atividade análoga", assim como para "participar da organização e uso de meios de comunicação social, incluindo a Internet, já seja através de escritos, gravações, filmagens e qualquer outro tipo de suporte" a partir de 5 de agosto de 2008.

Finalmente, o Bispo exorta ao sacerdote a "que revise sua atitude em espírito de humildade, obediência e comunhão, para o bem de toda a Igreja, e de um maior e frutuoso serviço ministerial".