O Papa Bento XVI agradeceu o concerto oferecido em sua honra na Sala dos Suíços do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, e em seu discurso pronunciado ao finalizar o mesmo destacou a importância da música para transmitir as profundas experiências da alma.

Depois de agradecer a Ivonne Timoianu no violoncelo e a quem fora Embaixador da Áustria ante a Santa Sede, Christoph Cornaro no piano pela "magistral interpretação, que suscitou em nós emoções e manifestações espirituais profundas" da "Viagem de inverno" de Franz Schubert, um dos compositores favoritos do Santo Padre, Bento XVI comentou que esta peça descreve "uma intensa atmosfera de triste solidão provocada por seu delicado estado de saúde e suas decepções sentimentais e profissionais".

"É uma viagem interior que o célebre compositor austriaco escreveu em 1827, só um ano antes de sua prematura morte à idade de 31 anos", acrescentou.

"Quando Schubert faz entrar em um texto poético em seu universo sonoro, interpreta-o através de um enlace melódico que penetra na alma com doçura, levando também a quem o escuta a sentir o mesmo consumir-se nostálgico do músico, a mesma chamada dessa verdade do coração que vai além de qualquer racionalidade. Nasce deste modo uma pintura que fala de genuína cotidianeidade, de nostalgia, de introspecção, e de futuro", prosseguiu o Papa.

"O jovem Schubert, espontâneo e exuberante, teve sucesso ao comunicar –também a nós esta noite– o que ele viveu e experimentou. É merecido portanto o reconhecimento que universalmente se concede a este ilustre gênio da música, que honra a civilização européia, e a grande cultura e espiritualidade da Áustria cristã e católica", disse logo o Santo Padre.

Finalmente, Bento XVI destacou que "interiormente confortados pela esplêndida experiência musical desta noite, renovamos nosso agradecimento a quem tem promovido esta velada e a quem a tem realizado magnificamente. Saúdo também de coração aos aqui presentes e a todos dou com afeto a minha Bênção".