O Bispo de Gualeguaychu, Dom Jorge Eduardo Lozano, assinalou que embora a lei diz que todas as crianças gozam dos mesmos direitos, a realidade diz justamente o contrário ao nos mostrar a menores que vivem na pobreza e que, por causa dela, não têm e talvez não terão as mesmas oportunidades que possuem outras crianças.
Em um artigo publicado no jornal La Nación, o Prelado se referiu à situação de exclusão que vivem as crianças das zonas mais necessitadas da Argentina e de todos aqueles que por necessidade se vêem obrigados a trabalhar sozinhos ou com seus pais, ou que vivem na intempérie.
Todos os adultos, indicou, estamos chamados a assumir o papel que nos corresponde com respeito “aos mais pequenos e vulneráveis”.
“A turma Mais por Menos, de ajuda econômica às regiões mais necessitadas da Argentina, mostrava a um menino dizendo: ‘Você, sim; você, não; você, sim; eu, não’. Dura imagem de uma realidade que as crianças vivem como arbitrária, agressiva e inexplicável. E aqui fica bem claro que não todos são iguais ante a lei”, denunciou.
Dom Lozano lembrou que a Declaração Universal dos Direitos humanos “significou um grande passo no reconhecimento da dignidade humana”, assim como a Convenção sobre os Direitos da Criança, em que se adicionaram os direitos que os menores possuem pelo fato de necessitar proteção.
Entretanto, lamentou que embora “a Declaração dos Direitos da Criança é universal; seu cumprimento, não”.
O Prelado assinalou que “uma criança não é pouca coisa: é todo o futuro em uma vasilha pequena, que olha o mundo à altura dos joelhos dos adultos. E ao mundo na altura dos joelhos lhe falta, pelo menos, um degrau de perspectiva”.
Por isso, exortou a todos a responder adequadamente a esta situação, pois “temos uma responsabilidade que ocupar, que é insubstituível”. Do mesmo modo, chamou a não cair na tentação de tomar como coisa natural a pobreza e a exclusão. Isso leva a fechar o coração e a escurecer a inteligência”.