Conhecer o Direito Canônico é fundamental para obter que a Igreja se manifeste como "espelho de justiça", assinalou esta semana o Pe. Luis Felipe Navarro, Decano da Faculdade de Direito Canônico da Pontifícia Universidade da Santa Cruz em Roma, que visita a capital peruana como expositor no IV Curso de Atualização em Direito Canônico que se levará a cabo de 18 a 21 de agosto.
"Passaram 25 anos da promulgação do Código de Direito Canônico de 1983 e ainda há muito caminho por andar em sua aplicação... Conhecer bem o direito canônico e aplicá-lo fielmente é imprescindível para que a Igreja seja um espelho de justiça, speculum iustitiae como disse o Papa Paulo VI", disse o perito.
"Isto acarreta –adicionou– que a pessoa, cada pessoa na Igreja, seja plenamente respeitada em sua dignidade de homem ou mulher e em sua dignidade cristã, que seus direitos sejam reconhecidos na comunidade eclesiástica e por cada um dos fiéis. Deste modo, a Igreja será modelo de justiça para a sociedade civil".
O Pe. Navarro destacou a importância de abordar, durante o IV Curso de Atualização em Direito Canônico, o tema das associações, movimentos e novas comunidades na vida da Igreja de uma perspectiva jurídica-canónica assim como desde sua dimensão carismática; porque "é inegável que vivemos em uma nova estação agregativa na Igreja, como dizia o lembrado João Paulo II. O Espírito sopra onde quer e renova a vida da Igreja".
"A resposta que o direito canônico dá a estes novos desafios, é um complemento necessário; pois, por um lado, não limita o carisma, porém o faz mais belo, lhe fornecendo uma estabilidade e continuidade que é necessária. Por outro, a perspectiva jurídico-canônica permite proteger os direitos das pessoas que participam dessas realidades associativas e também os direitos das mesmas comunidades", adicionou.
O Professor, que é também consultor do Pontifício Conselho para os Leigos no Vaticano, assinalou que "as associações, movimentos e novas comunidades constituem uma grande riqueza para a Igreja Universal e para as Igrejas particulares. Em momentos de seca, nos que a vida de muitos cristãos adoecia, Deus quis nos encher de assombro perante a vitalidade destas novas realidades eclesiásticas".