O jornal El Tiempo informou que a Ordem Hospitaleira de São João de Deus deseja publicar as memórias do irmão Marcos Vergara, o religioso colombiano que salvou de morrer, junto com sete compatriotas membros da Ordem assassinados por ódio à fé durante a Guerra Civil Espanhola.
Segundo o jornal, a Ordem enviou oito religiosos colombianos “a seguir sua formação religiosa e a ajudar aos doentes” na Espanha. “Corria o ano de 1936 quando as tropas anti-católicas da guerra civil espanhola, durante o governo de Manuel Azaña, apanharam ao irmão Marcos Vergara. Ele, sabendo que o iriam matar, teve um improvisado detalhe com seu captor: tirou uma caneta de sua camisa e a deu de presente”, indica El Tiempo, e adiciona que o miliciano, comovido, deixou-o escapar, ficando isso sim, com a elegante pluma”.
O irmão Vergara “empreendeu a fuga e ao retornar a Colômbia se inteirou de que a seus sete companheiros, que tinham entre 23 e 29 anos, os tinham massacrado em nome de Cristo”.
“Ele não caiu com eles porque estava em outra cidade, em Málaga, trabalhando com vítimas dessa perseguição cristã. Outros faziam o próprio mas no manicômio de Ciempozuelos, muito perto de Madri, onde finalmente os cercaram”, lembra o jornal.
“Como sobrevivente de uma guerra que deixou quase 7.000 mortos entre sacerdotes, religiosos e monjas, anos mais tarde se converteu na cabeça de sua comunidade e em diretor da clínica São Rafael, fundada pela ordem a que pertencia. Faz 19 anos faleceu e seu testemunho –desconhecido até agora– reaparece em um livro que o irmão Clemente López, da mesma congregação, quer publicar”, adiciona.
Os outros sete religiosos, ao igual a outras dezenas de religiosos da mesma ordem, foram beatificados pelo Papa João Paulo II em outubro de 1992. Eles são João Batista Velásquez, Rubén de Jesus López, Eugenio Ramírez Salazar e Melquiades Ramírez, de Antioquia; Arturo Ayala Niño, de Boyacá; Gaspar Páez Perdomo de Huila; e Esteban Maya Gutiérrez de Caldas.