O Presidente do Equador, Rafael Correa, voltou a defender em um programa radial o controvertido projeto de Constituição aprovado pela Assembléia Constituinte que abriria a porta para a legalização do aborto e das uniões homossexuais; mas durante o mesmo programa admitiu que o governo pagou a dois assessores socialistas espanhóis que ajudaram na redação do projeto.
Durante o programa radial, o Presidente voltou a criticar à Conferência Episcopal Equatoriana (CEE) por criticar o projeto de Constituição e por lançar uma campanha de informação a respeito.
Confirmou, entretanto, que dois socialistas espanhóis receberam 12 mil euros (18 mil dólares americanos) mensais, para “assessorar” ao partido do governo na redação da Constituição que inclui linguagem favorável ao aborto, os “matrimônios” homossexuais e a intervenção do estado no direito dos pais à educação.
Correa esclareceu que o pagamento da soma não se fez diretamente aos assessores socialistas espanhóis, senão ao instituto ao que pertencem, a Fundação CEPS de Valência, Espanha.
“Se pagaram 12 000 euros, pagos pela Procuradoria, que financiou muitas assessorias”, disse o Presidente.
Segundo a imprensa local, o salário médio no Equador é de 280 dólares americanos, (187 euros), enquanto que o custo da cesta familiar é de 435 dólares (290 euros).
O Centro de Estudos Políticos e Sociais CEPS com sede em Valência e com vínculos com a universidade estatal local, é um "tanque de pensamento" baseado em 1993 por um grupo de investigadores de esquerda vinculados ou simpatizantes do governante Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).
Na América Latina, o CEPS tratou com simpatia tanto à guerrilha marxista colombiana como à "Revolução Bolivariana" de Hugo Chávez na Venezuela. Um recente “informe” do CEPS, por exemplo, justifica a decisão do governo de Chávez de suspender a licença de transmissão a uma emissora de rádio e televisão opositora.
As atividades do CEPS incluem além disso apóio a organizações feministas e de esquerda radical simpatizantes das FARC e o ELN na Colômbia.
Segundo líderes pró-vida equatorianos, a presença dos socialistas espanhóis assessorando ao partido do governo e pagos com dinheiro público, explica o tom marcadamente secularista e anti-vida do projeto de Constituição.