Em um comunicado oficial publicado nesta quarta-feira, a Conferência Episcopal Paraguaia (CEP) solicitou ao governo do ex-bispo Fernando Lugo que se inaugurará em 15 de agosto que defenda o direito à vida e à família, fundamentada "no matrimônio entre um homem e uma mulher".

O comunicado da CEP assinala que embora o estado paraguaio tem caráter não confessional, "deve respeitar a liberdade religiosa, de culto e de consciência; do mesmo modo, deve levar em conta os valores próprios da natureza da pessoa humana e da sociedade, muito especialmente no que faz referência à vida, a sua promoção e defesa desde sua concepção até sua morte natural; ao núcleo familiar que se fundamenta no matrimônio entre um homem e uma mulher; ao cuidado e educação dos filhos, e igualmente, à promoção integral dos pobres, dos camponeses, dos indígenas, assim como dos anciões, doentes e abandonados".

No texto, os prelados reconhecem que nas eleições de 20 de abril "expressou-se o desejo de mudança na população que optou por uma nova etapa da vida nacional. Ninguém dúvida da importância que tem levar essas expectativas à prática, eliminando da atividade política enganos e práticas negativas e a urgente adoção de medidas para procurar o bem comum sobre os interesses pessoais, familiares, grupais e partidários. Neste contexto, auguramos ao novo Governo e ao povo conseguir os objetivos de uma autêntica mudança".

Este acontecimento diz o comunicado tem um "agente operativo principal" no "senhor Fernando Lugo, quem foi membro desta Conferência Episcopal, afastado dela por própria vontade e dispensado do estado clerical pelo Papa Bento XVI, constitui-se em Presidente da República do Paraguai".

"Não parece necessário destacar que a Igreja Católica não se identifica com o novo Governo. Mas não está demais repetir que não podemos descuidar o trabalho pastoral para entrar no campo político", adiciona a CEP; ao mesmo tempo que reitera "sua disposição de apoiar toda política de bem comum, que promova a dignidade e os direitos das pessoas e que procure um desenvolvimento integral do povo e de suas comunidades".

"A Igreja –adiciona o documento– manterá como até agora uma atitude crítica construtiva com respeito à gestão do Governo e seguirá procurando que se escute sua voz profética de anúncio e de denúncia".

"Que Deus, Clemente e Misericordioso, abençoe e conduza o nosso querido o Paraguai para horizontes de maior dignidade e melhores condições de vida para todos seus filhos", conclui o pronunciamento.