Glória Rubín, a Ministra da Mulher designada pelo presidente eleito e ex-bispo católico Fernando Lugo no Paraguai, declarou-se nesta quarta-feira abertamente partidária da legalização do aborto no país.
Em uma conferência de imprensa de tom altamente conflitivo, respondendo ao rechaço manifestado por organizações pró-vida locais, Rubín elevou a voz para dizer: “O aborto está proibido por lei? E? conseguiu-se algo, melhorou a saúde materno-infantil no país, conseguiu-se diminuir as mortes por esta causa? São as perguntas que eu lanço aos que trabalham em pró da vida e que criticam minha designação”.
Rubín, seguindo os argumentos das organizações pró abortistas locais, assinalou que “embora ser castigado pelas confissões cristãs e pela lei com penas severas, o aborto é a maior causa de mortandade de mulheres no Paraguai”. Segundo cifras oficiais, o aborto não figura entre as dez primeiras causas de mortandade feminina no país.
A Federação de Associações pela Vida e a Família (FEDAVIFA) fez público um protesto pela designação de Rubín e a de Lilian Soto como Ministra da Função Pública.
“Estamos contra a designação destas pessoas no governo, que publicamente fazem campanhas contra a vida promovendo métodos abortivos na sociedade”, assinalou Celia Meyer, secretária geral de FEDAVIFA. “O 97% da população paraguaia é cristã, em sua maioria católica, e o ex-bispo Lugo foi votado por essa maioria”, adicionou.
Segundo Meyer, as designadas por Lugo respondem a diretivas do Fundo de População das Nações Unidas, do Banco Mundial e outros organismos internacionais “que fazem verdadeiras campanhas para deter os nascimentos em forma compulsiva, supostamente com a finalidade de reduzir a pobreza”.