Dom Fabián Marulanda, Secretário Geral da Conferência Episcopal Colombiana (CEC), exortou à guerrilha das FARC a que liberem a todos os seqüestrados em seu poder porque é o "clamor universal que se expressou nas maciças manifestações" que se realizaram em domingo passado em toda Colômbia e várias cidades do mundo.
Comentando as marchas pela paz que atraíram a milhões de cidadãos na Colômbia e outras centenas de milhares nas principais capitais da América Latina para pedir a liberação dos seqüestrados, o Bispo assinalou que "não posso entender que algum dos comandantes da guerrilha não tenham olhos para ver nem ouvidos para escutar o que foi esse clamor universal"
Em declaração à estação União Radio, o Prelado assinalou que a Igreja viu estas manifestações "como algo realmente extraordinário, uma injeção de fé e esperança para o povo colombiano, porque não somente pôde expressar mais uma vez seu rechaço ao seqüestro, e sua exigência pela liberação de todos os seqüestrados, senão que sentiu também de uma maneira muito clara o apoio de muitos países onde se fizeram manifestações semelhantes".
"O seqüestro –adicionou– não tem hoje carta de apresentação nem como arma política nem como arma revolucionária, e evidentemente há um rechaço total a essa prática e há uma exigência e um clamor para que sejam liberados todos os seqüestrados na Colômbia e no mundo".
Dom Marulanda destacou que as marchas do domingo foram "o melhor argumento apresentado a um grupo à margem da lei para que reflita, porque por esse caminho (o seqüestro) não terá apoio nem respaldo".
Finalmente, o Prelado criticou as negociações lançadas por alguns países interessados em obter um "acordo humanitário", porque "este tem um sabor a discriminação, já que se faz insistência na liberação de presos políticos e daquelas pessoas que têm muita gente que advoga por eles, mas para a Igreja é mais lógico pedir a liberação de todos os seqüestrados sem distinção".