A poucos dias de que a primeira "bebê proveta", Louise Brown, complete 30 anos de idade em 25 de julho, realizou-se em Roma um congresso titulado "Filhos de proveta", no que se analisou os distintos desafios que apresentam as crianças nascidas desta técnica que óbvia totalmente as relações sexuais entre o pai e a mãe.
Em um artigo de Giulia Galeotti titulado "Os filhos desadaptados da onipotência científica", a jornalista informa que o evento foi organizado por Eugenia Roccella, subsecretária do Ministério italiano de Trabalho, Saúde e políticas sociais. Nele, Rocella disse que "a revolução introduzida pela proveta, antes que uma grande novidade científica constituiu uma verdadeira censura na história da humanidade".
"Pela primeira vez um ser humano foi concebido (em 25 de julho de 1978) sem uma relação física: do ponto de vista simbólico se realiza assim o mito da vida criada pelo homem", precisa Rocella.
Por sua parte, os destacados juristas Francesco D'Agostino, Presidente honorário do Comitê Nacional de Bioética; e Aldo Schiavone, Diretor do Instituto Italiano de Ciências Humanas; também fizeram parte do evento. Em sua intervenção, D'Agostino explicou que "em realidade, os séculos de tradição judeo-cristã fizeram saltar o paradigma naturalista", enquanto que Schiavone assinalou que "a tecnologia em si mesmo é neutra: e se espera de nós que usemos sua potência transformadora de modo positivo e construtivo".
D'Agostino também assegurou que não é o forte quem necessita o direito senão o fraco: "a justiça existe somente quando o direito está com os fracos. E este é o melhor convite à reflexão a trinta anos do nascimento da Louise Brown" quem agora é mãe de uma criança de dois anos concebido de maneira natural.
De outro lado, Josephine Quintavalle, fundadora do Comment on Reproductive Ethics, denunciou por sua parte o comércio internacional de óvulos femininos; por isso iniciou por sua parte a campanha "As mãos fora dos nossos ovários" para lutar contra esta mercantilização de redes "que beneficia às mulheres ricas em detrimento das pobres".
"Trata-se então de uma necessária batalha feminista, uma batalha que, redescobrindo um feminismo sadio, permita às mulheres retomar o controle e o respeito de seus próprios corpos", indicou Quintavalle.