No encontro que teve em Darlinghurst, jovens que fazem parte do programa "Alive" (Vivo) da Universidade de Notre Dame em Sydney, o Papa Bento XVI advertiu como muitas vezes os jovens adoram falsos deuses como os bens materiais, o amor possessivo e o poder. Ante eles a verdadeira resposta de felicidade é o amor a Deus e a outros.

O Pontífice precisou que embora "os bens materiais são bons em si mesmos", acontece que "em nossa sociedade materialista, muitas vozes nos dizem que a felicidade se consegue possuindo o maior número de bens possível e objetos de luxo. Entretanto, isto significa transformar os bens em uma falsa divindade. Longe de dar a vida, trazem a morte".

Seguidamente e após precisar que "o amor autêntico é evidentemente algo bom" e que "satisfaz nossas necessidades mais profundas e, quando amamos, somos mais plenamente nós mesmos, mais plenamente humanos", Bento XVI advertiu que entretanto resulta fácil "transformar o amor em uma falsa divindade. A gente pensa com freqüência que está amando quando em realidade tende a possuir ao outro ou a manipulá-lo. Às vezes trata aos outros mais como objetos para satisfazer suas próprias necessidades do que como pessoas dignas de amor e de avaliação".

"Que fácil é ser enganado por tantas vozes que, em nossa sociedade, sustentam uma visão permissiva da sexualidade, sem levar em conta a modéstia, o respeito de si mesmo ou os valores morais que dignificam as relações humanas. Isto supõe adorar a uma falsa divindade. Em vez de dar a vida, traz a morte", acrescentou.

Ao falar logo do poder, o Santo Padre assinalou que utilizado "de modo apropriado e responsável nos permite transformar a vida da gente. Toda comunidade necessita bons guias. Entretanto, que forte é a tentação de aferrar-se ao poder por si mesmo, procurando dominar aos outros ou explorar o meio ambiente natural com fins egoístas. Isto significa transformar o poder em uma falsa divindade. Em vez de dar a vida, traz a morte".

A resposta

Ao falar logo depois do que "significa afastar do caminho da morte e retomar o caminho da vida", afastando-se dos "falsos deuses", Bento XVI explicou a parábola do filho pródigo e a usou para compará-lo aos jovens que se estão reabilitando do abuso de álcool ou drogas.

Depois de reconhecer sua valentia "decidindo voltar para o caminho da vida, precisamente como o jovem da parábola", o Papa lhes disse que "vos vejo como embaixadores de esperança para outros que se encontram em uma situação similar. Ao falar desde sua experiência podeis convencê-los da necessidade de escolher o caminho da vida e rechaçar o caminho da morte".

Logo depois de comentar que Cristo não veio ao mundo a chamar justos mas aos pecadores, o Santo Padre alentou aos moços a "seguir seus passos; também vós, de modo particular, podeis vos aproximar particularmente a Jesus precisamente porque escolhestes voltar para ele. Podeis estar seguros que, a igual ao pai no relato do filho pródigo, Jesus vos recebe com os braços abertos. Oferece-vos seu amor incondicional: a plenitude da vida se encontra precisamente na profunda amizade com ele".

Antes de terminar, o Papa disse aos jovens que o programa "gravado no interior de cada pessoa" é o do amor, primeiro a Deus e logo aos outros: "Se estivermos dispostos a renunciar às nossas preferências para nos pôr ao serviço dos outros, e a dar a vida pelo bem dos outros, e em primeiro lugar por Jesus, que nos amou e deu sua vida por nós. Isto é o que os homens estão chamados a fazer, e o que quer dizer realmente estar 'vivo'".

Finalmente, o Papa fez votos para que seja o Espírito de Deus quem "vos guie pelo caminho da vida, obedecendo seus mandamentos, seguindo seus ensinamentos, abandonando as decisões erradas que só conduzem à morte, e vos comprometais na amizade com Jesus por toda a vida. Que com a força do Espírito Santo escolhais a vida e o amor, e testemunheis perante o mundo a alegria que isto suporta. Esta é minha oração por cada um de vós nesta Jornada Mundial da Juventude. Que Deus vos abençoe", concluiu.