O Arcebispo de Toledo e Primaz da Espanha, Cardeal Antonio Cañizares, insistiu "a defender a vida em todas fases de sua existência", algo que a seu julgamento ultimamente "tanto se está transgredindo e se está convertendo em um verdadeiro suicídio em contra do homem".

Assim, assegurou que "eliminar a vida não nascida é estar em contra do homem. Não é progresso, é retrocesso, diga-se o que se diga".

O Cardeal exortou a "defender a vida" aos 24 jovens que se ordenaram presbíteros e diáconos na Catedral Primada de Toledo, aos que também pediu "ficar atentos a maior pobreza do nosso tempo que é a falta de sentido, o afastamento de Deus e o rechaço de tantos contemporâneos, sobre tudo entre os jovens, porque não há maior pobreza que não ter a Deus".

Urgiu-lhes também o cardeal toledano a evangelizar, porque "urge-nos e nos apressa, e não cumprimos com nossa missão se não fizermos do evangelho a razão de ser da nossa existência. A isto estamos chamados", indicou.

Cañizares disse que "Jesus se quis manifestar a estes 24 jovens, que foram simples de coração e escutaram a voz de Jesus, com a missão de que os homens se aproximem de Jesus e d'Ele aprendam".

"Estes 12 diáconos e 12 sacerdotes, são um presente de Deus, a gente não é sacerdote por si mesmo, senão em virtude do dom do senhor", afirmou Cañizares, que acrescentou que "deve desaparecer a condição individual para dar capacidade a Cristo, porque não somos nós os que importamos, o que nos comunicamos, senào que devemos ser instrumentos de Cristo".

Diante de familiares e fiéis o Cardeal Primaz defendeu que "o cristianismo, não é um sistema de idéias, nem obrigações morais que se atualizam, é a devoção e aparição da história desta pessoa divina, e revela a grandeza de ser homem".

"Atendei a Cristo Jesus, porque nele esta o futuro, porque não há programa político, cultura, ideologia que possa suplantar a Cristo, todas elas serão parciais e desfigurarão a verdade do homem, e não encontrarão a verdade que os torna livres, que é Cristo", manifestou.

"Ser filho de Deus é ser de Deus, e para isso devem cultivar a interioridade e a oração, o nosso dever é simplesmente servir, não ser servidos, ser solidários com os homens, e não procurar brilho. Os sacerdotes estão chamados a ser pobres, também materialmente, não o esqueçamos, pobres em nossa riqueza humana, porque só Deus é nossa riqueza", explicou o cardeal toledano aos novos ministros de Deus.

Cañizares que lembrou aos novos presbíteros e diáconos que "recebemos o carisma do celibato para viver consagrados inteiramente a Deus e à Igreja", falou-lhes também de sua obrigação de "servir aos pobres, aos mais necessitados, e a defender a vida em todas fases de sua existência".

Assim, ditou-lhes também o dever de "conseguir uma sociedade mais justa e respeitosa da dignidade de todo ser humano. Em Cristo está a dignidade -anotou- porque quando se rechaça a Deus, e não se quer que conte na vida pública, o humilhamos, e por isso veio para levantar a humanidade caída. E para isso estamos nós sem complexos nem temor", defendeu.

Cañizares após fazer prometer a estes 24 jovens "celibato, respeito e obediência a mim e a meus sucessores", deu por finalizado o processo de ordenação de "ministros de Deus" os declarando "aptos" para o "ofício dos Santos mistérios", e lhes entregando o "Livro dos Evangelhos" que serão seu 'Folha de Rota'.