O Arcebispo de Antequera-Oaxaca, Dom José Luis Chávez Botello, e seu Bispo Auxiliar, Dom Oscar Campos Contreras, exortaram aos mestres a levantar “a greve e exigir o cumprimento de demandas justas por outros meios e formas” que não prejudiquem às crianças nem danifiquem “gravemente a vida e o trabalho de centenas de famílias”.

Depois de lembrar que “a responsabilidade é um valor fundamental na vida pessoal, familiar e social” pela que as pessoas assumem “as conseqüências do que fazemos”, os prelados indicaram que “seria oportuno medir todos nossa responsabilidade social” e “ter o valor de avaliar com honestidade os frutos e custos sociais”, sobre tudo os causados pela recente greve dos professores.

Em um comunicado emitido ontem 25 de maio, disseram aos professores que suas demandas justas teriam uma pronta solução “se houver vontade e decisão por parte do magistério e do Governo” e que seria importante que ambos os setores “escutassem o clamor geral da sociedade que pede solução pronta às causas que motivam a greve”.

“Não há necessidade de empregar formas de manifestar-se que cause danos à sociedade” pois a pessoa responsável se esforça por fazer bem seu dever porque “sabe que qualquer atividade que realize tem uma conseqüência positiva ou negativa” a curto ou longo praço, indicaram no documento.

Do mesmo modo, os prelados afirmaram que “seria um bom sinal que os mestres levantassem já o plantão e exigirem o cumprimento de demandas justas” com médios e formas adequadas, “mas nunca deixando sem classes às crianças e danificando gravemente a vida e o trabalho de centenas de famílias, de vendedores e pequenos comerciantes, de artesãos, fontes de trabalho, à sociedade e à imagem da Oaxaca”.

“O dano causado às crianças já é muito grave e são milhares de trabalhos perdidos que não se recuperaram”, asseguram na missiva. Diante desta situação, indicam, impõem-se várias perguntas: “A sociedade está contente com a educação atual e com os mestres? O governo tem feito tudo o que está de sua parte por solucionar as causas deste conflito de maneira adequada?”, “Os mestres se sentem realmente realizados e comprometidos nesta vocação fundamental? Realmente melhorou Oaxaca e a vida dos mestres nos últimos 25 anos?”, concluem.

Os professores filiados ao Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE) de Oaxaca iniciaram em 19 de maio um paro de 21 dias, com o que suspenderam as aulas nas 13 500 escolas da região. Este ato de protesto causou grandes perdas nos distintos setores da sociedade, sobre tudo no comércio.

O protesto não é recente. Este setor dos mestres exige ao governo de Oaxaca desde 3 de maio de 2006 um incremento salarial, melhores condições de trabalho, entre outras coisas.