Antonio Alonso Marcos, Presidente do Observatório Antidifamação Religiosa da Espanha, publicou um comunicado no que fustiga duramente o programa supostamente cômico "Salvos pela Igreja", irradiado pelo canal "La Sexta", e exige a suspensão da emissão da segunda parte do mesmo, prevista para domingo próximo.

"Salvos por…" é um programa conduzido por Jordi Évole, autodenominado "o Follonero", no que ridiculariza eventos ou instituições de reconhecimento público. Seu último programa incluiu uma ridiculização do processo de canonização, recolhendo assinaturas para "canonizar" a um jornalista agnóstico do canal, criando inclusive uma falsa "estampa" do mesmo.

Na segunda emissão, Évole anunciou que a empreenderá contra o Opus Dei, entre outras organizações católicas na Espanha.

"Em todo momento tentamos rir de nós mesmos e este trabalho o temos feito de forma elegante, não querendo dar nenhuma mensagem, tão somente humor", justificou Évole; mas o Observatório de Antidifamação Religiosa assinala em seu comunicado que "todo o programa estava claríssimamente dirigido não a informar nem a entreter mas caçoar a Igreja".

"Este programa –adiciona– foi, em seu conjunto, uma brincadeira de mau gosto que ofende profundamente o sentimento de muitos cidadãos espanhóis. O tom em que estava gravado todo o programa ia claramente além dos limites razoáveis da liberdade de expressão ao ofender abertamente à Igreja".

Alonso Marcos assinala que algumas parte feraiam duramente , entre elas "a entrevista burlesca que  fazem ao Bispo de Sant Feliú de LLobregat, a cena do casal na catedral, a entrevista a Sánchez Dragó (em que ele ri por ter cometido uma profanação e um sacrilégio)".

"A questão da brincadeira em torno de um recolhimento de assinaturas para que declarem santo a uma pessoa, é igualmente ofensiva ao caçoar de um processo da Igreja, que pertence a seu funcionamento interno, que deve ser em todo momento respeitado, embora caiba a discrepância; deve ser tratado sempre de forma respeitosa e não frívola, rindo-se além da boa fé das pessoas que ‘morderam’ a isca que colocou o jornalista em questão", adiciona o comunicado.

"O fato de que os jogassem fora de uma conferência na embaixada da Espanha ante a Santa Sé dá uma idéia da realidade da questão: era um programa ofensivo", adiciona o Observatório; e adverte que "o anúncio da seguinte emissão é ainda mais ofensivo, ao conter imagens de uma pessoa completamente afastada da Igreja revestida com hábitos sagrados".

Por todo o anterior, o Observatório insiste à "La Sexta" a "que não emita a segunda parte de tão ofensivo programa e peça perdão pelas ofensas cometidas na primeira, sabendo que resulta ofensivo e danifica os sentimentos religiosos de uma parte da população espanhola, violando o art. 525 do Código Penal, sem prejuízo de iniciar as pertinentes ações legais".

Maior informação: www.oadir.org