"A Verdade vos fará livres. Não tenham medo E o homicídio do Cardeal Juan Jesus Posadas Ocampo?" é um novo livro escrito por dois advogados mexicanos que apresenta os cabos soltos nas investigações sobre a morte do então Arcebispo de Guadalajara, assassinado no aeroporto de dita cidade em 24 de maio de 1993.
A quinze anos do crime, Fernando Guzmán e José Antonio Ortega, advogados do atual Arcebispo de Guadalajara, Cardeal Juan Sandoval, repassam todos os fatos ocorridos em torno do crime e recordam, entre outras coisas, que a versão do "fogo cruzado" do ex-procurador Jorge Carpizo, foi desprezada pela própria Procuradoria Geral da República (PGR) em 1999 durante os trabalhos do Grupo Inter-institucional que deu seguimento ao caso.
Nestes trabalhos, a PGR aceitou que os disparos seguintes à primeira rajada "foram os que impactaram no Cardeal Juan Jesus Posadas Ocampo" e se originaram a poucos metros atrás do veículo do Cardeal que já tinha se detido.
O livro também recorda que a PGR, depois de investigar ao Cardeal Posadas concluiu que "levou uma vida exemplar, autêntica e de acordo a sua forma de pensar e sua religião católica, seja pública como privadamente; sendo vítima inocente da violência".
Em outro capítulo, o volume sustenta que "a intenção dos homicidas foi dupla: privá-lo da vida; e de seu bom nome, de sua honradez e de seu prestígio, vinculando-o com o narcotráfico".
Do mesmo modo, o livro recorda que Dom Luis Reynoso –usado por muitos como respaldo da hipótese do "fogo cruzado"– reconheceu diante de várias pessoas que a morte do Cardeal "foi direta e intencional".
Os advogados também documentam a posição unânime da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM) que entre 2001 e 2005, "enviou sete cartas ao Presidente Vicente Fox lhe pedindo o esclarecimento do assassinato".
O texto aborda o fracasso da investigação ministerial e a hipótese da confusão, recordando que "não existe até hoje nenhuma sentença formal que condene a uma pessoa pelo homicídio" do Cardeal.
Também dedica várias páginas ao papel do ex-presidente Carlos Salinas de Gortari e sua intervenção na investigação prévia.