O juiz Aluízio Pereira dos Santos, responsável pelo processo contra a médica Neide Motta, acusada de manter por 20 anos uma clínica de abortos clandestinos em Campo Grande, não cedeu ante as pressões de alguns deputados federais que procuravam deter as investigações.
A Comissão de Direitos humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, solicitou ao Poder Judiciário que não se investigue às milhares de mulheres que supostamente se submeteram a abortos ilegais na clínica porque se estaria discriminando às mulheres que abortaram à margem da lei.
Pereira dos Santos se reuniu com Pompeo de Mattos, presidente da Comissão, para lhe explicar que a lei exige a abertura destes processos e com seu pedido, os deputados está demandando mudar as regras. Na clínica se encontraram quase dez mil fichas de pacientes.
O magistrado lembrou que o Código Penal define o aborto não autorizado como um crime e o sanciona com penas de até três anos de reclusão.