A Conferência Episcopal do Equador (CEE) apresentou nesta quarta-feira as assinaturas de 636 417 cidadãos respaldando suas propostas a favor da vida, a família e a liberdade religiosa ante a Assembléia Constituinte que escreve uma nova Carta Magna para o país.
Dom Antonio Arregui Yarza, Arcebispo de Guaiaquil e Presidente do Episcopado, entregou a carta dos bispos e as assinaturas aos congressistas através de Alberto Acosta, Presidente da Assembléia Constituinte.
No documento, os bispos lembram que o passado 1 de abril alguns representantes da Conferência Episcopal se reuniram com Acosta para expressar a necessidade de que "sob a proteção de Deus, reconheça-se o direito à vida da concepção até a morte natural, reconheça-se e proteja à família formada por homem e mulher, garantam-se os direitos das famílias especialmente na educação de seus filhos conforme às próprias convicções".
O texto assinala "a necessidade de não fazer injustas discriminações às pessoas homossexuais, que devem ter o mesmo patrimônio jurídico que o resto dos cidadãos"; mas reitera "a inconveniência de oferecer uma lei especial para as uniões entre pessoas homossexuais, cujas situações jurídicas de interesse mútuo têm o amparo do direito comum".
"Apresentamos agora, Senhor Presidente –diz o texto– 636 417 assinaturas de equatorianos que respaldam nossos pedidos e que seguem aumentando dia a dia. Foram recolhidas por todo o país em um marco de total liberdade e consciente adesão, sem efetuar gasto nenhum".
Dom Arregui explica que os que assinaram são cidadãos comuns "que se inclinam por uma ou outra proposta política", mas que "não respondem neste caso a um acionar de ordem política"; mas sim é "uma manifestação originada da luz da fé cristã, da ciência e a reta razão".
"Aspiramos a ser escutados e desejamos nos reconhecer nos novos textos constitucionais", explica o documento; que expressa também a preocupação dos católicos perante "algumas vozes que se elevaram contra a menção do nome de Deus no preâmbulo, sendo assim que tal menção é plenamente compatível com uma sã laicidade do Estado. Laicidade não é ateísmo".
O documento expressa também preocupação pela aprovação em comissões de um texto que garante o "direito" a mudar de sexo, a potestade de "ter filhos quando se quiser"; e lamenta que "a declarada inviolabilidade da vida" "deixa sem precisar quando começa e termina a vida humana".
Isto, dizem os bispos "deixa aberta a inadmissível possibilidade legal de abortar".
"Pedimos expressamente que se estudem melhor estas propostas em via de aprovação, para não ferir as convicções e sensibilidades dos centenares de milhares de assinantes. A voz cidadã é plenamente respeitável no marco de um Estado de Direito", conclui a carta.