O Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins, ressaltou a centralidade da Eucaristia, presença real de Cristo, para os cristãos, em sua homilia na Missa de Beatificação da Madre Maria Madalena da Encarnação, fundadora da Ordem das Adoradoras Perpétuas do Santíssimo Sacramento.

Depois de indicar que "somos enviados pelo Senhor ao mundo para transformá-lo, para semear nas realidades terrenas o germe de seu Reino", o Cardeal explicou que "Jesus segue estando realmente pressente em meio de nós no sacramento da Eucaristia, em seu duplo aspecto de celebração e permanência, porque ai está não só a presença real do Senhor, mas também sua presença 'substancial': a mesma substância do pão e o vinho, a fibra íntima de seu ser, é transformada em Jesus".

Para o Cardeal Saraiva, "a nova beata, Maria Madalena da Encarnação, acreditou firmemente nas palavras de Jesus, e seguiu plenamente seu mandato e se deixou inundar no esplêndido projeto de salvação que o Senhor Jesus inaugurou na história".

O Prefeito comentou também que "sua grande missão, recebida pelo mesmo Senhor, foi a de propor-se a si mesma, ao Instituto das Irmãs da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento baseado por ela, à Igreja inteira, a experiência de uma adoração que fosse 'perpétua': como Jesus permanece no sacramento logo depois de terminar o momento celebrativo, assim também é necessário que fiquemos com Ele".

A Missa foi celebrada na tarde do sábado 3 de maio na Basílica de São João de Latrão, em Roma.

Sua vida

Nasceu em 16 de Abril de 1770. Foi batizada ao dia seguinte. É quarta de nove filhos de uma família rica e cristã. Aos dezesseis anos, o pai a comprometeu com um jovem, o qual devido a uma viagem, teve que ausentar-se por longo tempo antes das bodas. Durante esta ausência e por um ingênuo ato de vaidade, Catalina teve a visão de Jesus Crucificado e sofredor, que a chamou a converter-se, abraçando a vida religiosa.

Em 1788 ingressou no monastério das Terciárias Franciscanas de Ischia di Castro, no ano de noviciado, em 1789, recebeu de Deus a inspiração de dar vida a um Instituto dedicado à adoração perpétua do Santíssimo Sacramento.

Em 1807 foi concedido pelo Papa Pio VII, ir a Roma, com duas Irmãs franciscanas, Irmã Mariana Ermini, seu Vigária e Irmã Maria Clotilde, (depois Irmã Maria Josefa), e um pequeno grupo de jovens, dispostas a empreender esta tarefa.

Em 1818 obtém finalmente por parte de Pio Vil a aprovação apostólica da nova ordem claustral. Depois de uma frutífera vida, falece na noite de 29 de novembro de 1824.