A Conferência Episcopal Boliviana emitiu um comunicado no que lembra que "a Igreja seguirá servindo à população, velando pela unidade e o bem comum de todos os bolivianos".

Na breve missiva de elucidação com data 5 de maio de 2008, os prelados indicam que  esta aparece "em resposta às recentes declarações do Ministro da Presidência, em sentido de que a Igreja Católica ficaria inabilitada de realizar seu serviço de facilitação do diálogo, pelo fato de que o Cardeal Júlio Terrazas tenha exercido seu direito ao voto no referendum da Santa Cruz".

O comunicado precisa que o Arcebispo da Santa Cruz, "Cardeal Júlio Terrazas é cidadão boliviano e crucenho e como tal tem o legítimo direito de exercitar seu voto. Esta responsabilidade cidadã não é incompatível com sua função de Presidente da Conferência Episcopal Boliviana e líder da Igreja Católica".

"Como ele mesmo assinalou, em reiteradas oportunidades, a Igreja seguirá servindo à população, velando pela unidade e o bem comum de todos os bolivianos", finaliza o texto.

O Ministro da Presidência, João Ramón Quintana, expressou que “nós esperávamos contar com a mediação da Igreja Católica para uma negociação nos próximos dias, mas o certo é que a Igreja, por vontade própria, deu um passo ao lado e corresponde ao Governo, aos prefeitos e a oposição assumir a responsabilidade direta de administrar o diálogo”.

De outro lado, o senador da oposição, Walter Guiteras, criticou a posição do Governo porque “pretende desacreditar a instituições como a Igreja Católica, sérias, acreditáveis e necessárias no diálogo” e assinalou que as regiões e a oposição não irão a uma convocatória presidencial ao diálogo se não haver instituições que garantam o cumprimento de eventuais acordos.