No evento realizado na Catholic University of America, que congregou a 200 presidentes de universidades católicas e 195 superintendentes de escolas primárias e secundárias, o Santo Padre explicou que no foro educativo, a diaconia da verdade que a Igreja exerce, quer dizer, o serviço a esta que ela realiza, "adquire um alto significado nas sociedades nas que a ideologia secularista introduz uma cunha entre verdade e fé".

"Esta divisão levou à tendência de equiparar verdade e conhecimento e a adotar uma mentalidade positivista que, rejeitando a metafísica, nega os fundamentos da fé e rejeita a necessidade de uma visão moral. Verdade significa mais do que conhecimento: conhecer a verdade nos leva a descobrir o bem", precisou o Papa.

Seguidamente assinalou que "a verdade se dirige ao indivíduo em sua totalidade, nos convidando a responder com todo nosso ser. Esta visão otimista está fundada em nossa fé cristã, já que nesta fé se oferece a visão do Logos, a Razão criadora de Deus, que na Encarnação se revelou como divindade ela mesma".

"Com confiança, os educadores cristãos podem liberar os jovens dos limites do positivismo e despertar sua receptividade respeito à verdade, a Deus e à sua bondade. Deste modo, vocês ajudarão também a formar sua consciência que, enriquecida pela fé, abre um caminho seguro para a paz interior e o respeito aos outros", acrescentou.

Depois de explicar que "o dever educativo é parte integrante da missão que a Igreja tem de proclamar a Boa Notícia", o Santo Padre indicou que esta tarefa se emoldura em entender que "cada instituição educativa católica é um lugar para encontrar a Deus vivo, o qual revela em Jesus Cristo a força transformadora de seu amor e sua verdade".

Depois de recordar o exemplo de Santa Elizabeth Seton e Santa Catherine Drexel, que dedicaram sua vida à educação e o de muitos outros que se entregam hoje em dia a esta importante tarefa, o Pontífice explicou que o que distingue às escolas e universidades católicas é que "todas as atividades da Igreja nascem de sua consciência de ser portadora de uma mensagem que tem sua origem em Deus mesmo: na sua bondade e sabedoria, Deus escolheu revelar-se a si mesmo e dar a conhecer o propósito escondido de sua vontade".

Ao falar logo depois da identidade das universidades e escolas católicas, Bento XVI precisou que esta "é uma questão de convicção"

"Acreditamos realmente que só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente o mistério do homem? Estamos realmente dispostos a confiar todo o nosso eu, inteligência e vontade, mente e coração, a Deus? Aceitamos a verdade que Cristo revela? Em nossas universidades e escolas é 'tangível' a fé? Se expressa fervidamente na liturgia, nos sacramentos, por meio da oração, os atos de caridade, a solicitude pela justiça e o respeito pela criação de Deus?", questionou o Papa.

"Somente deste modo damos realmente testemunho do sentido pelo que somos e do que sustentamos. Desde esta perspectiva se pode reconhecer que a 'crise de verdade' contemporânea está radicada em uma 'crise de fé'", precisou o Santo Padre.

Ante esta crise, o Papa também alentou os educadores a "suscitar entre os jovens o desejo de um ato de fé, animando-os a comprometer-se com a vida eclesiástica que nasce deste ato de fé, é uma responsabilidade particular de cada um de vocês, e de seus colegas. Assim é como a liberdade alcança a certeza da verdade" já que "escolhendo viver de acordo a esta verdade, abraçamos a plenitude da vida de fé que nos é dada na Igreja".

Finalmente, o Santo Padre animou os presentes a ser "testemunhas de esperança. Alimentem seu testemunho com a oração. Dêem razão da esperança que caracteriza suas vidas, vivendo a verdade que propõem a seus estudantes. Ajudem a que eles conheçam e amem aquele que encontraram, cuja verdade e bondade vocês experimentaram com alegria".

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