A Associação de Vítimas do Aborto (AVA) publicou um informe onde assinala que pelo menos 30 por cento das mulheres que abortaram negam "sua antecedente de aborto provocado".

Os dados do informe foram tirados da última pesquisa realizada pelo Centro de Investigações Sociológicas (CIS), onde perguntou a mulheres de entre 15 e 59 anos se "tinham experimentado um aborto provocado" ao que só 3,8 por cento respondeu afirmativamente; que "equivaleria a 579 mil mulheres das 800 mil que se calculam abortaram pelo menos uma vez da despenalização em 1985".

"É muito freqüente que as mulheres que padecem seqüelas psíquicas depois de um aborto provocado o neguem devido à culpa, a dor e a incompreensão que percebem de seu entorno", afirmou a Presidenta de AVA, Beatriz Marechal; e lamentou que "as pessoas que promovem o aborto sempre terminam dando as costas às mulheres que sofreram um aborto provocado", a "perdida violenta de um filho".

Do mesmo modo, indicou que os sintomas do síndrome post-aborto "costumam variar, de uma depressão leve até pensamentos suicidas, transtornos alimentícios, abuso de álcool e drogas, sentimentos de culpa, pesadelos, baixa auto-estima, auto castigo", que "podem ir e vir até que a mulher dita reconhecer e enfrentar o problema com ajuda de profissionais".

Em outro momento, Marechal respirou às mulheres vítimas de um aborto a "reconhecer e confrontar o problema com ajuda de profissionais" pois "a aceitação é o primeiro passo para integrar a perda".

"Os profissionais de AVA queremos apoiar e acompanhar às mulheres que enfrentam sozinhas e em silêncio sua dramática perdida", concluiu.