A congressista Rossana Queirolo decidiu finalmente separar-se do bloco oficialista Acordo PAÍS depois de sofrer uma intensa campanha de perseguições protagonizada por seus copartidários que não compartilham sua defesa da vida e a família.

Queirolo antecipou que seguirá "coincidindo no projeto de PAÍS em tanto e assim que beneficie às maiorias como o esteve fazendo e seguirei discrepando nos pontos que eu considere para as maiorias".

A congressista oficializou sua decisão logo de conhecer os acordos aos que chegaram o resto de seus companheiros na terça-feira passada em uma reunião com o Presidente Rafael Correa.

"Em um princípio fiquei contente no sentido de que chegaram a acordos e consensos importantes dentro dessa reunião. Mas em três dos seis pontos, não concordo", esclareceu e considerou que o documento em questão deixa a porta aberta para a legalização do aborto e a união de pessoas do mesmo sexo.

Queirolo assinalou que "no ponto 4 (do acordo) diz-se que a Constituição garantirá a vida da concepção. Entretanto acredito que eu fui amplamente clara e expliquei o perigo de permitir as exceções".

Explicou que "deixar a porta aberta permitirá, não somente neste Governo mas também no futuro, estabelecer leis de menor categoria à Constituição aonde se possa permitir amplamente o aborto, despenalizá-lo e conseqüentemente legalizá-lo, o qual seria terrível".

Também sustentou que o ponto 5 do texto "deixa a porta aberta a propostas de famílias alternativas no qual não estou de acordo" e "à união livre entre pessoas do mesmo sexo, porque se reconhece a união livre sem especificar entre que sexos".

Do mesmo modo, esclareceu que os dirigentes de acordo PAÍS sempre conheceram suas posições políticas e morais, e ainda assim aceitaram sua participação na partida oficialista.

Nas últimas semanas, Queirolo e Diana Deita se converteram nas principais vozes do grupo de congressistas do oficialismo com uma clara aposta por defender a vida sem exceções e proteger o matrimônio como a união de homem e mulher no texto da futura Constituição Política do Equador.

Esta postura lhes valeu ataques furiosos por parte de seus próprios companheiros de bancada partidária e inclusive a congressista oficialista Betty Amores lhes solicitou publicamente que renunciem "por dignidade" já que não compartilham a linha oficialista.