O Presidente da Conferência Episcopal Colombiana (CEC), Dom Luis Augusto Castro, declarou que fontes confiáveis lhe informaram que o estado de saúde da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt é "extremamente grave"; e solicitou às FARC que tenham um "gesto de gentileza" e a liberem junto a outros seqüestrados.

Em declarações a Caracol Radio, o Prelado pediu a um dos chefes das FARC, Joaquín Gómez, para que mostre sensibilidade e libere Ingrid Betancourt, dado seu delicado estado de saúde. "Joaquín Gómez sempre foi muito sensível ao que lhe pedia, neste momento lhe peço que essa gentileza que demonstrou em tantas ocasiões, a tenha para Ingrid e para todos os seqüestrados", disse também Arcebispo de Tunja.

Por sua vez, o Padre Darío Echeverry, integrante da Comissão Nacional de Conciliação, disse que as FARC não podem deixar morrer  Ingrid Betancourt, nem a outros seqüestrados. "Que as FARC se apóiem em qualquer bispo. Não deixemos morrer a Ingrid. Gostaria de chegar até seu ouvido, queremos chegar para colaborar", explicou. "Sem dúvida isto pode abrir a possibilidade do acordo humanitário", precisou.

De outro lado, o sacerdote Manuel Mancera, pároco da corregedoria La Libertad, no Guaviare, disse à mesma emissora colombiana que "Ingrid perdeu a vontades de viver", de acordo a testemunhos de camponeses que se aproximaram e conseguiram vê-la.

"Ela não quer falar com ninguém, não quer seguir comendo, chora muito, não quer saber nada deste mundo, está muito arrasada", sustentou o Pe. Mancera.

Este sacerdote relatou que ao parecer no domingo passado, um camponês tocou a mão de Betancourt, e assegurou que ela somente quer descansar, ficar um momento sozinha. "O camponês lhe disse que fique tranqüila, que se anime, mas ela está em um último estado de depressão, a enfermidade fica cada vez pior, parece totalmente desanimada, vai dizer uma palavra e somente chora", contou o presbítero.

A Igreja na Colômbia não cessa em seu chamado à paz e não deixa de oferecer-se como mediadora para obter o acordo humanitário que leve a liberação dos mais de três mil seqüestrados no poder das FARC