Em uma entrevista concedida a Rádio Vaticano, o Cardeal José Saraiva Martíns, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, afirmou que a Santa Sé deseja como muitas pessoas no mundo que a beatificação do Papa João Paulo II ocorra "quanto antes" mas respeitará todo o processo.

A uma semana de cumprir o terceiro aniversário do trânsito do Servo de Deus, o Cardeal recordou na emissora os sucessos daqueles dias.

"Todos recordamos o dia do funeral de Papa Wojtyla, recordamos aquele ‘Santo súbito! Santo já. Aquela expressão, aquele grito na Praça de São Pedro expressava bem, o modo de pensar da gente: queria dizer que João Paulo II gozava profundamente de uma verdadeira fama de santidade entre os fiéis. E bem sabemos que isso é fundamental em um processo de beatificação", explicou.

O Cardeal Saraiva precisou que "se não existisse esta fama de santidade, não se poderia nem sequer começar uma Causa de beatificação" mas esclareceu que o processo deve cumprir com certas fases.

"Cada processo deste tipo tem duas fases fundamentais. Uma diocesana - local - e outra que chamamos ‘romana’, a nível da Santa Sé. A fase diocesana se fechou o 2 abril do ano passado. Uma vez fechada a fase diocesana se abriu em seguida, sem perder tempo, a fase romana com a entrega oficial de toda a documentação recolhimento na fase diocesana em meu dicastério", indicou.

"Uma vez recebida esta documentação, encarregamo-nos em seguida da aprovação de um postulador para a fase romana, que é o mesmo postulador que tinha exercido para a fase diocesana. Nomeamos também a um relator que, guiado pelo postulador, deve elaborar a denominada ‘positio’. Quer dizer a recopilação de todos os documentos organizados de modo sistemático e orgânico. Esta ‘positio’ se deverá imprimir e esta mesma documentação terá que ser estudada pelos órgãos colegiais do dicastério", indico.

Neste momento, "é o postulador da causa de beatificação do João Paulo II o que está elaborando a ‘positio’. Quer dizer, o volume ou os volumes - não sei quantos serão - que logo serão entregues ao dicastério. Enfim, que não depende do dicastério, mas sim do tempo que necessitará o postulador para terminar seu trabalho. Não sei quantos meses, se um ano… Eu não souber e possivelmente ele tampouco", precisou.

"O que posso assegurar é que logo que receberemos a ‘positio’ a estudaremos em seguida, sem perder tempo. Porque certamente o dicastério deseja que João Paulo II chegue quanto antes aos altares e o possamos chamar ‘Beato’. Respondendo assim ao grito da praça São Pedro: Santo súbito! Santo já!", concluiu.