O Bispo de Salto, Dom Pablo Jaime Galimberti di Vietri, assinalou que devido à "privatização" da fé muitos católicos uruguaios prescindem da figura do sacerdote e seguem ritos religiosos segundo suas conveniências pessoais.

Em recentes declarações, o Prelado indicou que hoje assistimos "a uma tendência para a 'privatização' da experiência religiosa", o que faz que cada vez menos pessoas tenham uma opção de fé autêntica. "Em termos gerais, adequando-o a cada país e a cada tradição, eu acredito que isto é um fenômeno mundial que está em todos os países com distintos acentos", demarcou.

Embora não é comum usar o termo para questões de fé, Dom Galimberti assegurou que reflete bem a realidade, pois a privatização é um "eu me acerto com Deus e eu uso os ritos religiosos de minha igreja segundo minhas necessidades e minha urgência".

Do mesmo modo, o Bispo de Salto opinou que "a sociedade de consumo leva boa parte da culpa no afastamento dos fiéis". Agora "os domingos são dias atrativos para as compras, para passeios, para os esportes".

Em outro momento, o Prelado recordou que em sua experiência sacerdotal viu "casos reveladores a respeito da perda da noção e do sentido de pecado" e pôs como exemplo o de um jovem estudante que se lhe aproximou e logo de fazer uma análise "quase psicológica" de seus problemas, não advertia enganos próprios ou alheios.

Mas o "maior desgosto foi quando comunicou suas inquietações à direção do colégio, a cargo de um sacerdote, e não obteve resposta", assinalou e lamentou a "falta de discernimento" de alguns sacerdotes, que "afastaram-se do sacramento da confissão para evitar ‘as complicações’".

Os sacerdotes têm "cada vez as agendas mais cheias" e por isso ficam com menos tempo para o encontro pessoal com os fiéis, asseverou Dom Galimberti.