O jornal oficioso do Vaticano, L’Osservatore Romano, descartou em sua edição de hoje que a Santa Sé tenha "enfatizado" o batismo de Magdi Allam, subdirector do jornal italiano Corrieri Della Sera, e ex-muçulmano.

O jornal esclareceu em um artigo titulado "Liberdade religiosa e diálogo" que é costume que na noite da Vigília Pascal, o Pontífice batize sete adultos de todo o mundo e logo lhes administre a Confirmação e a Comunhão.

"Um deles foi o jornalista de origem egípcia, Magdi Allam", indicou o jornal e adicionou que Allam –que se batizou com o nome de "Cristão"-, "logo de um longo caminho de busca e de preparação pessoal necessária para dar este passo, pediu livremente ser batizado".

"Este evento, que é tão único, solene e jubiloso, não foi enfatizado, como se demonstra na confidencialidade" com a que se tratou o evento, assegura o jornal.

Do mesmo modo, citou ao diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, quem explicou que "o Papa não faz diferenças entre as pessoas. Todas são importantes diante de Deus e bem-vindas na comunidade da Igreja".

"O gesto de Bento XVI tem ao mesmo tempo um importante significado porque expressa, com amabilidade e claridade, a liberdade religiosa, que é também liberdade para mudar de religião, como se destaca na Declaração Universal dos Direitos humanos de 1948", indicou.

L’Osservatore Romano também descartou que tenha existido "uma tentativa hostil contra uma religião tão grande como o Islã. Por muitas décadas, a Igreja Católica demonstrou seu desejo de dialogar com o mundo muçulmano, apesar de muitas dificuldades e obstáculos".

Neste sentido, adicionou que os problemas "não deveriam obscurecer o que é comum e o que virá no futuro".