O Arcebispo do Santiago (Chile), Cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa, assinalou que os chilenos querem que "os políticos fiquem de acordo em solucionar os grandes problemas do Chile" e não que discutam inecesariamente.

"Podem-se discutir idéias e é bom que se discutam" mas "também é bom que ao interior dos partidos também exista pluralismo, mas com respeito ao outro", indicou o Cardeal, e adicionou que terá que "nos tratar com muito respeito, procurando a vida digna para todas as pessoas, especialmente para os que estão mais marginados, através dos caminhos de diálogos e de concórdias".

Está bem "tudo o que é a confrontação das idéias, mas não a denigração das pessoas", recordou em uma recente entrevista a ADN Hoje.

Depois de mostrar sua preocupação pelos fatos de violência que se podem suscitar o próximo 29 de março, Dia do Jovem Combatente, o Cardeal Errázuriz manifestou que "quando existem ferimentos, o normal é que alguém queira sanar essas feridas, não inferir novas, nem tampouco abrir chagas permanentemente, e muitas destas ações (de violência) vão encaminhadas justamente ao contrário".

Do mesmo modo, assinalou que embora puderam existir causas para que haja um distanciamento na sociedade terá que perguntar-se "quanto de positivo fez Sendero Luminoso, quanto de positivo fizeram as FARC, o que se consegue promovendo grupos violentos, e isto é algo que têm que pensá-lo muito quem dirige estes grupos".

Em outro momento, o Cardeal sustentou que em um diálogo com a Presidenta chilena, Michelle Bachelet e com outras autoridades lhe asseguraram que "não está no programa de Governo" debater sobre o aborto terapêutico.

"Falando com a mesma Presidenta", que é médico "dizia-me em uma oportunidade que não havia necessidade de aborto terapêutico" pois "atualmente os avanços da ciência são tais, que não está em perigo a vida da mãe ou do filho. E isto que pode parecer uma bandeira interessante e progressista, na verdade é o mais retrógrado e inútil, o mesmo que ajudar a dar morte a uma pessoa", assinalou o Cardeal Errázuriz.